Bispos da Amazônia se reúnem na Colômbia para aprofundar união e fortalecimento da fé
O objetivo central de aprofundar o processo sinodal na região e consolidar a colegialidade episcopal.

Encerrou-se nesta terça-feira (19) o Encontro de Bispos da Amazônia, convocado pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). O evento teve início no domingo (17), em Bogotá, na Colômbia, e reuniu representantes do Brasil, entre eles o arcebispo de Belém, Dom Júlio Endi Akamine, além de bispos da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. O objetivo central do encontro foi aprofundar o processo sinodal na região e consolidar a colegialidade episcopal.
O encontro foi considerado um passo decisivo na caminhada sinodal da Igreja na Amazônia, em continuidade à criação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e ao Sínodo para a Amazônia de 2019. “Somos chamados a converter os ‘sinais dos tempos’ em ‘sinais de esperança’”, afirmou o cardeal Pedro Barreto Jimeno, presidente da CEAMA, na abertura, ao saudar os mais de 75 representantes de jurisdições eclesiásticas presentes.
A programação teve início com Celebração Eucarística presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus (AM), seguida das saudações oficiais. Entre as falas, estiveram o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; Dom Lizardo Estrada, bispo auxiliar de Cuzco e secretário-geral do CELAM; e o núncio apostólico na Colômbia, Paolo Rudelli, que leu mensagem enviada pelo Papa Leão XIV por meio do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, que relembrou o legado do Papa Francisco.
Dom Júlio Endi Akamine ressaltou que a presença da imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante o encontro foi um gesto de devoção significativo, agradecendo pela oportunidade de aprendizado no ministério episcopal. Já Dom Raimundo Possidonio, bispo de Bragança (PA), destacou: “O foco aqui é discutir as questões pastorais da Amazônia. Os caminhos da evangelização”, disse.
O encontro também refletiu o apelo do Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade, que pede mudanças concretas a curto prazo. A CEAMA reafirmou o compromisso de animar e articular o processo sinodal nas 103 jurisdições eclesiásticas da Amazônia. O cardeal Czerny enfatizou: “Seus membros representam todo o Povo de Deus, incluindo leigos, consagrados e lideranças indígenas. Trata-se de uma Igreja sinodal em ação, que compartilha decisões e missão com todos”, explicou.
A presença episcopal em Bogotá simbolizou o compromisso com uma Igreja cada vez mais encarnada na realidade amazônica, atenta aos clamores da terra e dos povos. O cardeal Barreto recordou o legado do Papa Francisco, chamado de “avô” pelos indígenas, e do cardeal Cláudio Hummes, visto como intercessor da caminhada amazônica. Dom Lizardo Estrada reforçou que o encontro também serviu para renovar o ministério episcopal à luz da vocação sinodal.
Além da reunião encerrada nesta terça, a CEAMA já prepara novos passos. Em 2025, no contexto do Jubileu, ocorrerão dois eventos, um encontro com bispos amazônicos e membros da Assembleia da CEAMA no dia 20 de agosto e, em seguida, a III Assembleia presencial da entidade, de 20 a 23 de agosto.
“Continuemos, com renovado vigor, nossa caminhada juntos como Igreja com ‘rosto amazônico’, guiados pelo Espírito Santo, para que possamos assumir, com maior decisão, os ‘novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia integral’”, concluiu o cardeal Barreto.
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