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Belém tem a primeira Bienal das Artes; confira programação

28 espaços da capital paraense, entre eles, oito distritos do município, além da ilha do Combu, que irão receber programações culturais, rodas de conversas, exposições, oficinas e shows de Gal Costa, Zeca Baleiro e Teresa Cristina

Emanuele Corrêa
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A primeira Bienal das Artes de Belém inicia nesta terça-feira, 20, e segue até o próximo dia 25 de setembro. Com o tema: "Afirmação de direitos", a abertura ocorre às 15h, na Igreja de Santo Alexandre, com a presença do prefeito Edmilson Rodrigues, da artista Márcia Kambeba e do ex-ministro Juca Ferreira, que fará a conferência de abertura sobre o tema do evento. 

Serão 28 espaços da capital paraense, entre eles, oito distritos do município, além da ilha do Combu, que irão receber programações culturais, rodas de conversas, exposições, oficinas e shows: Igreja de Santo Alexandre, Aldeia Cabana, auditório do IGPREV, Memorial dos Povos, Vila Bolonha, anfiteatro da praça da República, Ver-o-Rio, Teatro Waldemar Henrique, praça Waldemar Henrique, mercado de São Brás, Mangueirão, praça Benedito Monteiro, biblioteca Avertano Rocha (Icoaraci), Escola Bosque e ilha de Mosqueiro, entre outros.

Entre os artistas confirmados para os shows estão Gal Costa, Zeca Baleiro e Teresa Cristina. A aparelhagem Crocodilo e o músico paraense Felipe Cordeiro, além de grupos regionais. No contexto da Bienal de Artes também acontece o "IV Festival de Música Brasileira", que homenageia o músico Paulo André Barata. A primeira etapa do festival começou dia 15 e segue até a quinta-feira, 23 de setembro.

A professora de artes visuais Janice Lima, coordena a Comissão Curadora da I Bienal de Artes de Belém. Ela afirma que a programação está focada no direito à cultura e na democratização do acesso e que a programação foi pensada para os vários espaços da capital paraense. Ela acredita que o evento alcançará 2 milhões de pessoas. "A Bienal firma-se na concepção de 'Afirmação de Direitos' norteada pelo direito à cultura, diversidade, acessibilidade, democracia. Saraus, festival de música, mostra de teatro, cortejos, mostra de audiovisual, rodas de conversa sobre economia criativa de base alimentar, oficinas para agentes culturais, seminário, apresentações musicais, exposições, mostra LGBTQIA+, mostra de Hip Hop, Arte e Cultura Índigena, Afoxés, mostras de dança, e demais manifestações da cultura", declarou.

Primeira Bienal das Artes fala da Amazônia 

A primeira Bienal acontece em um momento importante nos segmentos culturais, sugere Janice, pois muitas demandas foram reprimidas pelo cenário epidemiológico, no contexto da pandemia de Covid-19. "Nesse sentido a bienal é uma convocação para recuperarmos os ensinamentos ancestrais, cantar, dançar e viver a experiência ética, poética e estética de reinvenção da liberdade", arguiu.

As oficinas para agentes culturais aconteceram nos dias 3 e 4 de setembro em quatro lugares diferentes da capital e também nos dias 17 e 18 nos bairros do Guamá, Benguí e no Centro de Formação Paulo Freire.

A fotógrafa, maquiadora e produtora Walda Marques também foi convidada a expor na Bienal das Artes. Emocionada, disse que o convite se faz necessário e aceitou com muito orgulho, pois são tempos difíceis para a cultura. "Vou participar com duas fotografias uma em preto e branco e a outra que mostram o imaginário lúdico do meu trabalho aqui na Amazônia. Emocionada com o convite nesses tempos tão difíceis para a cultura", pontuou.

"As bienais proporcionam uma grande oportunidade do público conhecer a cena artística da arte, ver a produção local de um país ou região. Na educação, a arte é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, favorecendo o aprendizado através do lúdico-pedagógico, que visa despertar o criativo na formação de cada um de nós", concluiu o pensamento.

A expectativa para a abertura oficial é grande, diz Marcia Kambeba, indígena do povo Omágua/Kambeba. Além de escritora, poeta e compositora é ativista indígena e ambiental. "Minha participação na Bienal das Artes será em vários momentos. Na abertura farei canto e poesia na igreja Santo Alexandre. Nos dias 21, 22 e 23 teremos momentos na Bienal para os indígenas. Uma vasta programação com a participação dos indígenas que estão na UFPA e outros que residem em Belém. Todos os indígenas estão convidados", antecipou.

"Teremos roda de conversa, momento de ritual, venda de artesanatos, apresentação de vídeos feitos pelos próprios indígenas e a exposição do filme 'Diário da Floresta', um filme feito baseado na vivência dos Suruí Paiter. O local desse evento com os indígenas dentro da Bienal será no Memorial dos Povos Indígenas e no Ver-o-Rio", reforçou.

Márcia celebra a mesa sobre Arte e cultura na Amazônia: processos coloniais em curso, no dia 22. Junto estará o escritor Paes Loureiro. Para ela, ter uma Bienal dedicada aos povos indígenas e com discussões sobre a Amazônia, é fundamental. "A importância da representatividade indígena é enorme. Belém é uma cidade que antes se chamava 'Mairí Tupinambá' e tem uma identidade indígena também que fortalece a miscigenação presente no DNA dos paraenses. Nós indígenas precisamos de apoio para manutenção de nossa cultura e espaços para mostrar o que temos de herança ancestral deixado como legado por nossos antepassados. Toda forma de arte é sagrada. Então vamos juntos adentrar esse território sagrado da arte na Bienal", finalizou.

Serviço:

Bienal das Artes de Belém
Data: 20 a 25 de Setembro
Programação: confira a programação completa aqui

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Belém
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