Belém oferece atendimento gratuito para quem deseja parar de fumar

Celebrado nesta segunda-feira (29), o Dia Nacional de Combate ao Fumo marca a data para conscientizar e alertar a população acerca dos malefícios do tabagismo. Diante dessa realidade, associado ao fumo, o câncer de pulmão é um dos tumores malignos mais comuns e sua incidência cresce 2% ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para prestar assistência a quem deseja para de fumar, o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (Cratf), que funciona na Unidade de Referência Especializada (URE) da Presidente Vargas, no bairro da Campina, em Belém, realiza atendimento gratuito. O serviço é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

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Ao chegar no centro de atendimento, o paciente que busca por atendimento é conduzido para uma avaliação clínica e é inserido no circuito de tratamento, que começa por uma abordagem comportamental em grupo, conduzida por psicólogos e assistentes sociais. 

O procedimento inicia com os exames que vão identificar o quadro clínico e de tabagismo do paciente, segue com a sua admissão em um grupo com outros dependentes para uma abordagem cognitiva comportamental, o qual busca entender o porquê de ele se tornar fumante e os motivos pelos quais ele quer parar. Avaliados os níveis de dependência, eles podem ser tratados com medicamentos receitados ou com o TRN, a Terapia de Reposição de Nicotina. 

De um lado, o consumo de cigarro ainda é presente no dia a dia do brasileiro. Do outro, a procura por parar de fumar vem repercutindo na redução do percentual de adultos fumantes no Brasil. Em 1989, 34,8% da população acima de 18 anos era fumante, de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), em 2019 o percentual caiu para 12,6%. 

Dados do Painel Oncologia, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), mostram ainda que a taxa de mortalidade específica por neoplasias malignas no pulmão, traquéia e brônquios no Pará está em 4,4 óbitos por 100.000 habitantes.

Grande parte dos pacientes atendidos no centro deixam de fumar

A médica pneumologista e coordenadora do Cratf, Fátima Amine, analisa que pelo menos 80% dos pacientes atendidos conseguem deixar de fumar ao longo das sessões.“O atendimento é multiprofissional com abordagem cognitivo comportamental, acompanhamento psicológico, médico e tratamento medicamentoso se necessário”, explicou Fátima sobre o acompanhamento.

O serviço também é realizado no interior do Pará. As pessoas interessadas em parar de fumar devem também procurar informações na unidade de saúde mais perto de sua casa. Atualmente, o Cratf possui 5.875 pacientes matriculados, com 151 em fase de tratamento.

Existem mais de 50 doenças relacionadas ao fumo

Segundo a médica pneumologista, existem mais de 50 doenças relacionadas ao consumo do tabaco, que é a principal causa de morte evitável no mundo. E ainda ela alerta sobre o consumo de marcas que são falsificadas: 

“Se com o cigarro original já é perigoso, imagine com marcas falsificadas ou pelo modo eletrônico, ou seja, a pessoa corre riscos múltiplos de morte, uma vez que o cigarro contrabandeado está à margem do controle sanitário e tem grande probabilidade de apresentar componentes não previstos na legislação e que ainda podem promover contaminações e complicações de toda a ordem à saúde do usuário”, explicou Fátima.

Serviço

Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (Cratf)
Dias de funcionamento: de segunda-feira a sexta-feira
Horário: das 7h às 17h
Local: térreo da URE Presidente Vargas, na avenida Presidente Vargas, nº 513, térreo, bairro da Campina, em Belém

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)