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Belém é a 12ª capital em multas de trânsito e gera 30 infrações por hora

Falta da agentes de Trânsito é um dos agravantes no Pará, diz especialista

Eduardo Rocha

Levantamento do Ministério da Infraestrutura/Senatran colocou Belém na 12ª posição do ranking das capitais do país com com maior quantidade de multas de trânsito (consolidadas, sem mais recursos) em 2021. Foram emitidas nesse período 262.925 multas. Entre as 15 capitais com maiores quantitativos, a paraense é a única do Norte a aparecer. Ao se dividir 260 mil multas por 12 meses, chega-se a 21.666 por cada mês, e distribuindo esse total por um espaço de 30 dias, atinge-se a 722,22 infrações ao dia, o equivalente a 30,09 infrações por hora.

A informação mostra a gravidade do trânsito na cidade. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) argumenta que Belém está abaixo da média nacional entre as capitais, pois encontra-se em 11º lugar em população e que existem cidades com menos habitantes que o município e que possuem o maior número de autuações.  

Especialista avalia a situação na capital

De acordo com o registro do Ministério da Infraestrutura/Senatran, acima de Belém no ranking estão: São Paulo (SP) (6.201.017 multas), Belo Horizonte (MG) (2.019.037), Rio de Janeiro (RJ) (852.619), Curitiba (PR) (744.907), Goiânia (GO) (719.191), Salvador (BA) (625.956), Fortaleza (CE) (613.156), Brasília (DF) (607.674), Recife (PE) (497.702), Porto Alegre (RS) (272.972) e Teresina (PI) (269.205).

Bacharel em Direito e especialista em Trânsito, Rafael Cristo avalia que essa posição poderia ser ainda mais negativa tendo em vista outros aspectos que não foram ressaltados nesse levantamento. "A situação ainda pode ser pior, porque Belém tem um dos menores números de agentes de Trânsito da capitais. Temos um déficit de 351 profissionais. Nesse contexto, a infração não gera notificação e aí não se tem a multa. Então, essa posição de Belém pode ser até mais grave", observou. Ele acrescentou que o mesmo problema de agentes fiscais se aplica ao Pará como um todo.

Como enfrentar o problema de infrações?

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que, na questão das multas, "Belém está abaixo da média nacional entre as capitais, pois encontra-se em 11º lugar em população". "Existem cidades com menos habitantes que Belém e que possuem o maior número de autuações", acrescentou.

Consistem em infrações mais frequentes, de acordo com a Semob, transitar em velocidade superior à máxima permitida na via; avançar sinal vermelho do semáforo; transitar na faixa ou na pista da direita regulamentada como circulação exclusiva para determinado tipo de veículo; conversão em local proibido pela sinalização e conduzir motocicleta transportando passageiro sem capacete.

A Semob orienta os condutores a seguirem o que estabelece o código para evitar imprudências, sinistros e infrações de trânsito. O órgão municipal mantém ações regulares de educação para o trânsito, "principalmente, na orientação aos pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores, para que tenham uma consciência e atitudes mais seguras no trânsito, bem como, ações educativas nas escolas, onde é reforçada a questão comportamental no trânsito e, com isso, preparar essas crianças e adolescentes para que sejam adultos mais atenciosos e conscientes".

E a fiscalização?

Quanto à fiscalização, a Semob informou que realiza rondas regulares na cidade para coibir imprudências e infrações e faz autuações, em caso de flagrantes. Aliado a isso, existe fiscalização por radar e por videomonitoramento, equipamentos regulamentados pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

image Dentre as infrações mais frequentes em Belém: transitar em velocidade superior à máxima permitida na via (Márcio Nagano / O Liberal)

A necessidade de ações estruturais para reverter esse quadro em Belém é enfatizada por Rafael Cristo. Para ele, deve-se investir em agentes de Trânsito e na educação específica para essa área, inclusive, na implementação da Escola Pública de Trânsito, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 24, inciso 25, como frisa Rafael Cristo.

Com destaca o especialista, em geral os condutores de veículos em área urbana apresentam-se com infrações de avanço de sinal, velocidade acima do permitido, estacionamento em local indevido, não uso do cinto de segurança e motociclistas sem usar o capacete de proteção. "Falta um trabalho maior de sensibilização dos condutores", ressaltou. Rafael Cristo afirma que em Belém é necessário aumentar a fiscalização, ações de engenharia de tráfego (estacionamento vertical) e educação.

Flagra nas ruas da capital

A reportagem Integrada de O Liberal foi para as ruas na sexta-feira (25) e flagrou diversas infrações de trânsito. Na esquina da avenida Romulo Maiorana com a Dr. Freitas, no bairro do Marco, um motociclista avançava o sinal; na avenida Júlio Cezar, condutores de veículos cometiam irregularidades variadas, como avanço de sinal e circular pela ciclofaixa, com um motociclista transitando sem capacete de proteção, um caminhão estacionado na ciclofaixa, uma moto circulando na contramão e seguindo na ciclofaixa.

Já na avenida Duque de Caxias, entre Enéas Pinheiro e Pirajá, no Marco, um motociclista pilotava uma moto em cima da calçada; na Duque de Caxias com Lomas Valentinas, no Marco, infrações de avanço de sinal e retorno proibido; na avenida Pedro Miranda com a Angustura, no bairro da Pedreira, um motociclista avançou o sinal.

Pedestres comentam que esses flagrantes são rotina

"Eu vejo muitas infrações no trânsito de Belém. As pesssoas não respeitam umas as outras. Eu moro na rodovia Augusto Montenegro, e o que a gente mais vê são as pessoas ali na área do BRT (iminente risco de acidentes), ciclistas, as próprias pessoas andando na área do BRT que a gente sabe que é perigoso", observou Terezinha Barbosa, 66 anos, digitadora aposentada.

image Terezinha Barbosa, 66 anos, digitadora aposentada. (Márcio Nagano / O Liberal)

Ela disse que presencia muito avanço de sinal, com "as pessoas apressadas, querendo uma passar por cima das outra no trânsito". Terezinha afirma faltar as pessoas se educarem no trânsito.

Quem também constata infrações no trânsito de Belém é o operador de drone Moisés Pinheiro, 37 anos.

image Operador de drone Moisés Pinheiro, 37 anos (Márcio Nagano / O Liberal)

"Eu vejo muito amigos motociclistas com três pessoas na moto; noto avanço de sinal, veículos transitando nas ciclofaixas", afirma, destacando que os ciclistas são atingidos por essa situação. Moisés também defende mais ações de educação para o trânsito.

Confira o quadro de multas nas capitais em 2021:

1 - São Paulo (SP)  - 6.201.017

2 - Belo Horizonte (MG) - 2.019.037

3 - Rio de Janeiro (RJ) - 852.619

4 - Curitiba (PR) - 744.907

5 - Goiânia (GO) - 719.191

6 - Salvador (BA) - 625.956

7 - Fortaleza (CE) - 613.156

8 - Brasília (DF) - 607.674

9 - Recife (PE) - 497.702

10 - Porto Alegre (RS)  - 272.972

11 - Teresina (PI) - 269.205

12 - Belém (PA)  - 262.925

13 - Campo Grande(MS) - 246.261

14 - Maceió (AL) - 201.930

15 - Florianópolis (SC) - 201.104

16 - Natal (RN) - 182.844

17 - Manaus (AM) - 145.087

18 - João Pessoa (PB) - 139.825

19 - Boa Vista (RR) - 131.734

20 - Aracaju (SE) - 130.424

21 - Cuiabá (MT) - 116.105

22 - Vitória (ES) - 104.616

23 - São Luís (MA) -  96.219

24 - Palmas (TO) -  75.937

25 - Porto Velho (RO) -  54.513

26 - Macapá (AP) -  38.234

27 - Rio Branco (AC) -  27.33

Fonte: Ministério da Infraestrutura / Senatran

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