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Banco de Leite da Santa Casa atende apenas de 30% a 40% da demanda

A falta do leite materno aumenta os riscos de complicações clínicas dos bebês internados

Camila Guimarães

O maior Banco de Leite Humano (BLH) do norte do país, que funciona na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCM), está enfrentando dificuldade para atender a demanda de bebês internados no hospital por causa do baixo índice de doações. De acordo com a coordenação do BLH, as arrecadações, atualmente, correspondem de 30% a 40% da necessidade.

Uma das coordenadoras do Banco de Leite, a nutricionista Vanda Marvão, diz que a meta, em 2022, é elevar esse índice aos 60%. “Se a gente atender a maioria dos bebês internados, os riscos de intolerância às fórmulas infantis e a piora da condição clínica dessas crianças diminuem, porque elas geralmente já não estão bem, e inserir a fórmula de maneira muito precoce não é adequado”, comenta.

Vanda conta que, atualmente, o número de doadoras regulares está entre 100 e 150 mulheres, realidade que varia bastante por causa da inconstância da doação. Além disso, o BLH está arrecadando cerca de 150 a 200 litros de leite humano por mês, quando o ideal seria, pelo menos, 400 litros. “Nós incentivamos muito, porque a amamentação tem um período para acontecer: nos seis primeiros meses, de forma exclusiva, e de forma complementar até os dois anos ou mais. Se nós não renovarmos a nossa captação, a gente vai ficar com um quantitativo abaixo da necessidade”.

image Qualquer lactante saudável pode doar. As arrecadações são feitas na residência da doadora. (Ivan Duarte / O Liberal)

Uma das mães que contam com essa doação é Katherine Ferreiras, de 34 anos. Seu filho Ryan, de apenas 15 dias de vida, nasceu prematuro e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Ela explica que, mesmo sendo lactante, nem sempre consegue produzir as doses necessárias para alimentação do filho e, por isso, ele acaba precisando do Banco de Leite.

“No caso do meu, ele precisa de 24ml de leite, a cada três horas. Quando não consigo tirar o suficiente, ele precisa das doações. A gente passa o dia todo aqui, a gente fica tensa, preocupada, às vezes não se alimenta direito, se preocupa com o boletim médico… E essa tensão do dia acaba travando a produção de leite. Além disso, tem a questão do estímulo, que eu não tenho, porque meu bebê ainda não pegou o peito, ele toma pela sonda, e isso acaba interferindo na minha produção”, ela conta.

Coordenadora do Banco de Leite orienta sobre a doação

 

Para reverter esse problema, a nutricionista Vanda Marvão incentiva que mais mulheres se sensibilizem para doar, um gesto simples e que pode salvar muitas vidas. Ela explica qual o perfil que a doadora precisa ter: “Ela precisa estar amamentando seu bebê e a gente precisa observar as condições de saúde dela. Nós checamos se ela cumpriu com os exames pré-natal corretamente e, se for observada alguma pendência, uma médica clínica pode ajudar a regularizar esses exames. Sempre será feita essa triagem”. 

Vanda diz, ainda, que não é necessário a mulher se preocupar em coletar um frasco inteiro de uma vez. É possível acumular o leite, num prazo de até 10 dias, para atingir uma quantidade maior e entregar a doação: “No momento da coleta, se ela não conseguir completar o frasco, ela pode imediatamente congelar aquela quantidade e, à medida que ela for ordenhando, em outros momentos, ela pode ir despejando dentro do mesmo frasco, desde que esteja dentro do prazo de validade da primeira coleta, ou seja, em até 10 dias após a primeira dose ordenhada”, explica a nutricionista. “Em seguida, basta acionar a equipe técnica do Corpo de Bombeiros, responsável pela arrecadação”.

Caminhos para doação do leite materno

 

De acordo com a coordenação do BLH, a mulher interessada em colaborar pode realizar um cadastro diretamente por meio do site da Santa Casa, no endereço www.santacasa.pa.gov.br/cadastro-banco-de-leite/, preenchendo o formulário com suas informações pessoais. Além disso, também é possível entrar em contato por telefone, por meio dos números: 4009-0375; 2212; 0374; 2311; 2318.

Outra forma de se tornar doadora é pelo Projeto Bombeiros da Vida (PBV), uma parceria da Santa Casa com o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. A ação envia uma equipe técnica até a residência da doadora para arrecadar o leite coletado e também fazer a entrega de frascos de coleta, auxiliando sobre como fazer o processo e preservar a qualidade do leite humano.

Segundo o CBMPA, atualmente, 60% do volume de leite arrecadado pela FSCM é proveniente da coleta domiciliar, que são programadas semanalmente, e atende em toda a Região Metropolitana de Belém (RMB). Para se cadastrar, a interessada pode entrar em contato pelo WhatsApp: (91) 98899-6326 ou pelo site do CBMPA, www.cbmpa.gov.br.

Serviço:

 

Cadastro para doação de leite na Santa Casa

Site: www.santacasa.pa.gov.br/cadastro-banco-de-leite/

Telefones: 4009-0375 / 2212 / 0374 / 2311 / 2318

Cadastro para doação de leite Bombeiros da Vida

Site: www.cbmpa.gov.br

WhatsApp: (91) 98899-6326

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