Vinda de aviões gigantes reacende paixão pela aviação em Belém
Aficionados colecionam objetos, montam os próprios modelos e até sonham em pilotar as aeronaves um dia
Apesar de exercerem profissões diferentes, o fotojornalista e servidor público Salim Wariss e o mestre de obras Jebson Cruz têm em comum a paixão pela aviação. Salim é um estudioso do assunto. Jebson sonha em ser piloto um dia. E, nas últimas semanas, aviões gigantes pousaram no Aeroporto Internacional de Belém, reacendendo a paixão dos aficionados por aeronaves.
No dia 25 de fevereiro, o avião russo Antonov Ruslan 124 aterrissou, por volta das 17 horas, para abastecer. O Antonov 124, também conhecido como Condor, foi o maior avião do mundo durante muito tempo, até ser desbancado pelo AN-225, desenvolvido a partir da tecnologia do antecessor.
No dia seguinte, um dos maiores aviões do mundo, o Boeing 747-400, também conhecido como "Jumbo Jet", pousou no aeroporto. Segundo a Infraero, a aeronave, administrada pela companhia aérea estadounidense Atlas Air, veio diretamente da cidade de Miami, nos Estados Unidos, trazendo cargas comerciais e passou mais de 7 horas em viagem.
Na quarta-feira (3), o aeroporto recebeu mais um pouso com a segunda maior aeronave cargueira em operação no mundo, o Antonov An-124. Proveniente da Austrália, o voo chegou à capital paraense às 17 horas com equipamentos para serem transportados em carretas para o interior do Pará. Essa é a terceira de quatro operações cargueiras de grande porte em Val-de-Cans, que contou com o planejamento da Infraero e do Terminal de Cargas de Belém (Teca) - administrado pelo Grupo Porto Seco Centro-Oeste.
Salim Wariss nasceu em 1982. Período em que, lembra, a Guerra Fria se encaminhava para o final - nove anos depois a União Soviética iria cair. Agora em março, aliás, está fazendo 30 anos da queda do regime soviético. “E, nessa época, a infância, principalmente dos meninos, estava muito ligada à questão das armas. E eu sempre gostei de História Geral. Com seis anos, os meus livros preferidos eram de História Geral”, contou. E, consequentemente, disse, História Geral leva à guerra. “Sempre fui fascinado pela história das guerras. E, nas guerras, a arma que sempre me fascinou foi a aviação. Aviação militar. Desde que me entendo por gente, gosto de aviação militar. Aí floresceu o meu interesse”, contou.
Fotojornalista monta e pinta miniaturas de aviões
Salim disse que nunca pensou em ser piloto. E que a primeira vez que viajou de avião foi aos 14 anos. “Mas sempre tive muitos livros. Perdi muitos por conta de mudança. Sempre tive muitas revistas, principalmente relacionada à aviação militar. Eu sempre gostei de procurar saber o significado das coisas, como, por exemplo, pra que tipo de missão serve determinado avião”, contou. Ele contou que, além da fotografia e do Direito, tem uma paixão desde os 5 anos - o Plastimodelismo. “Um hobby onde você monta e pinta miniaturas de aviões, navios, tanques de guerra em plástico. Esses modelos vêm em kits para montar e pintar”, explicou.
“Vou montando e, automaticamente, colecionando. Meu quarto parece uma taberna, cheia de prateleiras com aviões. Na última vez que contei, somando todas as minhas fases, havia 55 aviões”, afirmou. Ele voltou a montar as miniaturas há quase dois anos. Há muitos anos, ele participava de um grupo informal de plastimodelistas em Belém. O grupo chegou, inclusive, a fazer uma exposição em um shopping de Belém. “Eu expus 10 aviões. Hoje em dia, esse grupo se desfez. Eu fui para a fotografia”, contou.
Nessa fase atual de plastimodelista, Salim voltou a montar porque, por causa da pandemia, pois ficou impossibilitado de ir para a rua para fotografar, sua outra paixão. “Como o plastimodelismo é um hobby caseiro, eu fico mais em casa montando. Mas hoje, com o avanço das redes sociais e os programas de tradução simultânea, troco ideia com o pessoal de todo o mundo (Leste Europeu, Europa Central, Estados Unidos, Japão) sobre, por exemplo, técnicas de montagem e pintura”, disse.
Mestre de obras começou se interessar por aviação aos 8 anos de idade
Jebson Cruz, 31 anos, contou que seu interesse pela aviação vem desde cedo. Quando tinha em torno de 8 anos, a Marinha Fazia ações de saúde em Carapajó, distrito do município de Cametá, nos meados da década de 90. Os militares iam em uma aeronave Bell Uh-1h. “Íamos para um campo de futebol para assistir o helicóptero pousar e decolar. Era épico”, lembrou. O pai dele, uma vez, o trouxe para Belém e, nesse dia, teve um espetáculo da Esquadrilha da Fumaça. “Estes foram os dois principais fatos que chamavam a atenção”, afirmou. “Desde então que eu tenho admiração pelo universo da aviação”, contou.
Jebson disse que ainda pensa em se tornar piloto. “E, se um dia as coisas melhorarem, quem sabe até comprar um monomotor e ensinar isso para a minha filha (de 7 Ano)”, contou. “Nos finais de semana, eu e a minha filha sempre vamos ao aeroporto para assistir as aeronaves pousarem. Isso é um programa meu e dela”, afirmou. “Também moramos na cabeceira do Aeroporto Internacional. E, daqui, conseguimos ver os aviões logo após a decolagem”, contou.
A filha, aliás, já começa a se interessar por aviação. “Inclusive ela já pergunta quando iremos novamente ao aeroporto”, contou. Ele já viajou algumas vezes de avião. “A melhor experiência foi quando foi o primeiro voo dela, em 2017. Foi um Belém - São Paulo”, contou. Jebson é inscrito em cinco canais que falam de aviação, entre os quais “Aviões e músicas” e “Aero - Por Trás da Aviação”. Ele contou que fica encantado desde a calibragem do pneu até as partes de manutenção, montagem de motores, modelos de aeronaves, tipos de motores, pessoas influentes para este meio. Às vezes, ele e os amigos se se reunir para falar desse assunto. “Sempre essas reuniões são no início da pista do aeroporto aqui de Belém, lá na rodovia Artur Bernardes”, contou. “Nessas reuniões, falamos sobre novidades do mercado da aviação, entre outros assuntos”, afirmou.
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