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Ato contra a intolerância religiosa reúne pessoas afro-religiosas na praça da República

Os integrantes de movimentos sociais fizeram um ato cultural, contra a intolerância religiosa

Emanuele Corrêa
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Neste sábado, 21, foi o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e, para dar visibilidade a data, que homenageia "Mãe Gilda" e é celebrada pelos praticantes das religiões de matrizes africanas, que os integrantes de movimentos sociais fizeram um ato cultural, contra a intolerância religiosa.

A Ialorixá, mãe Gilda, faleceu em 2000 e inspirou a Lei nº 11.635, de 2007, devido ao seu ativismo e enfrentamento às agressões verbais e físicas. Um dos episódios mais emblemáticos ficou conhecido quando ela foi atacada pela Igreja Universal do Reino de Deus, em 1999, com uma foto sua publicada no jornal interno, acusando-a de charlatanismo.

Sobre a data, Denilson de Oxaguian, coordenador do movimento Atitude Afro e Zelador de Santo, diz que a discussão não deve se dar apenas na capital, mas o poder público deve traçar estratégias para debatê-la nos interiores. "Muitos municípios não celebram essa data. Onde a maior parte desses municípios tem como promulgadores destas habitações suas colonizações às religiões cristãs. Aonde a gente tem, por exemplo, matriz africana silenciadas dentro desse processo", destacou.

Denilson destacou, ainda, que nem todos os segmentos religiosos se conectam com as matrizes africanas nessa luta e que ainda há muito debate a estabelecer. "Muito pelo contrário. Aqui na região amazônica elas não são só africanas, elas são afro-amazônicas, dos orixás, dos caboclos, dos índios, dos pajés dos encantados. Então tudo que não representa o modelo europeu é endemonizado. E isso é uma lembrança catastrófica do processo de colonização no Brasil. E quando parte pro sentido amazônico a gente tem as violações ainda mais acentuadas", disse.

"Não se enquadra só como intolerância, é racismo religioso, é a tentativa de silenciamento, através de diversas práticas dentre elas a violência verbal, a patrimonial, a fatalidade, a letalidade. A praça foi escolhida por ser um espaço central, onde as pessoas estão circulando e assim nós precisamos mais do que nunca fazer com que chegue as mensagens, porque aqui estão concentradas as pessoas que se dizem cristãs. Estão os nossos violadores, os nossos agressores. No centro da cidade é onde acontecem as maiores violações", finalizou.

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