Profissionais da saúde celebram a ciência e reforçam a importância dos cuidados na pandemia
Só no ginásio Mangueirinho a expectativa era de que mil profissionais fossem imunizados nesta quinta (11)
Na última quarta (10), quando ocorreu o primeiro dia de aplicação da segunda dose da vacina para os profissionais de saúde, em Belém, capital paraense, somente no ginásio Mangueirinho, no bairro do Mangueirão, 307 pessoas receberam a aplicação das doses. Assim, a movimentação era considerada tranquila.
Porém, nesta quinta-feira (11), até por volta das 10h, a vacinação estava mais acelerada e já passava de 300 profissionais imunizados. No Mangueirinho, a meta da equipe, formada por 35 pessoas, era alcançar até mil profissionais com a segunda dose.
Segundo a Prefeitura de Belém, ao longo deste mês de fevereiro, na Campanha de Vacinação contra a Covid-19, serão 16.670 profissionais de saúde, que atuam na linha de frente de combate à covid-19, que vão receber pela segunda vez o imunizante contra o novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2), que já conta inclusive com casos confirmados da nova cepa circulando pelo Pará e em Belém.
Desde o dia 20 de janeiro, eles começaram a receber a primeira dose nos hospitais e clínicas da cidade. Foi quando a Prefeitura de Belém deslanchou oficialmente a Campanha de Vacinação contra a Covid-19, lançada pelo governo do Estado dois dias antes (18).
Além do ginásio Mangueirinho, a segunda dose da imunização aos profissionais de saúde ocorre nas unidades onde os trabalhadores atuam e na Aldeia Cabana, no bairro da Pedreira, e na Universidade Federal do Pará (UFPA), no campus Guamá. A ação ocorre das 9h às 17h e termina nesta sexta-feira (12). Dos 16.670, segundo a Prefeitura de Belém, 7.115 serão vacinados no sistema drive-thru e nos postos definidos. E 9.555 serão vacinados nos locais em que atuam.
O médico Lucas Geraldi, 35 anos, que é intensivista e cardiologista, foi um dos que recebeu a segunda dose nesta quinta. Para ele, que participa do enfrentamento ao vírus desde o início de tudo, a imunização serve para celebrar a ciência.
“A gente teve momentos em que o hospital Galileu atendeu pacientes com a covid-19 e hoje fazemos parte da linha de urgência e emergência em todas as patologistas. Precisamos celebrar a ciência e a vida. Com a vacina a gente se sente mais potente para os próximos enfrentamentos que teremos nos próximos meses e sabemos que a ciência está preparada para nos receber”.
Para o médico, as orientações são bem claras e, apesar da imunização de alguns profissionais, o Brasil, o Pará e Belém ainda não adquiriram a imunização de rebanho. Então, é preciso manter a responsabilidade na pandemia. “Ainda não adquirimos quantidade de vacina relevante. Então, precisamos manter todos os cuidados para evitar a transmissão”, afirma Geraldi.
Emocionada ao receber a segunda dose da vacinação, a médica Ana Medeiros, 40 anos, tenta explicar que o sentimento dela é uma mistura de alegria, alívio e esperança.
Ana Medeiros atua em dois hospitais no combate à covid-19 (Thiago Gomes/O Liberal)
“Depois de perder tanta gente, tantos pacientes e amigos, sinto um misto de alegria e alívio. É uma sensação de esperança também. Minha esperança é que a vacina dê certo para todo mundo e chegue para toda a população.” Ela, por incrível que pareça, ainda não teve a covid-19, mesmo atuando na rede privada e no Hospital Dom Vicente Zico, no bairro do Marco, que funciona como retaguarda para casos graves do novo coronavírus.
O técnico em enfermagem Marcelo Oliveira, 38 anos, que também atua na linha de frente no Hospital Galileu, no bairro do Una, também recebeu a segunda dose. A sensação dele era de gratidão.
“O que sinto é gratidão, porque perdemos vários colegas profissionais da saúde, que aguardaram tanto essa vacina, e agora chegou o grande dia da segunda dose. Com isso, trabalhamos mais tranquilos. Mas a responsabilidade para evitar a transmissão continua: usando máscara, higienizar sempre as mãos e usar álcool em gel e manter o distanciamento e evitar aglomeração”, ressalta Oliveira.
“É uma sensação de alívio, mas com a consciência de que os cuidados devem permanecer, porque a vacina não é 100% eficaz, mas traz esperança de que teremos dias melhores com vacina para todos. Tudo isso graças a Deus e à ciência”, afirma a técnica em enfermagem Francineide de Fernandes, que tem 47 anos e trabalha no Hospital João de Barros Barreto, da Universidade Federal do Pará.
A Prefeitura de Belém foi procurada para informar quantos dos 16.670 profissionais de saúde, que atuam na linha de frente de combate à covid-19, já foram vacinados nesses dois dias da ação na cidade, mas ainda não se manifestou.
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