Alunos do Paes de Carvalho têm aula inaugural após transferência

Estudantes terão aulas no Souza Franco, no Marco, até o final da reforma da escola

Redação Integrada

Em um ambiente tranquilo, alunos do colégio estadual Paes de Carvalho, no bairro da Campina, tiveram, esta manhã, uma aula inaugural na escola estadual Visconde de Souza Franco, no Marco. A transferência dos estudantes ocorreu porque as obras de reforma do "Paes de Carvalho", iniciadas em 2017, ainda não foram concluídas. Às 7h da manhã, ônibus transportaram os alunos do Paes de Carvalho até o Souza Franco. E, terminada a aula inaugural, os veículos fizeram o percurso inverso, deixando os alunos no "Paes de Carvalho", na praça da Bandeira.

Ex-alunos acompanham obras; veja

Pela manhã, Dirce Koury estava no Paes de Carvalho, do qual já foi aluna e professora. "Eu faço parte de um grupo de 140 ex-alunos das décadas de 60 e 70. E, desse grupo, há cinco que estão encarregados de acompanhar as obras de revitalização do colégio. Eu fui aluna de 56 a 58 e fui professora de 61 a 66. Em 66, fui vice-diretora também. Nós entramos praticamente aqui no Paes de Carvalho no início de dezembro para batalhar por causa do nome, porque estava aparecendo como escola estadual de ensino médio. Entramos pra bater pé. Isso aqui é Colégio Estadual Paes de Carvalho. E, daí, começamos a acompanhar a obra, que estava praticamente parada".

Ela acrescentou: "Na metade de dezembro, tinha cinco funcionários trabalhando no prédio, na reforma. E dizia o dono da obra que não podiam trabalhar porque alunos e professores não admitiam sair daqui para ir para outra escola enquanto arrumavam o tempo. Eles tinham medo que acontecesse com o Paes de Carvalho o mesmo que aconteceu com (o colégio) Lauro Sodré, de transformarem em uma repartição. Só que esse pessoal não conhece história. Porque, se conhecessem, iam saber que Milton Nobre, Zeno Veloso, Jader Barbalho, Adenauer Goes e uma série de outros cepecianos de fibra não iriam deixar transformar o Paes de Carvalho em uma repartição".

Escola Estadual Visconde de Souza Franco

image Primeiro dia de aula no Souza Franco: duas escolas em uma (Igor Mota)

Diretora do "Souza Franco", Marilena Guimarães Lima disse que esse processo de transferência foi devidamente planejado junto à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). "Também estamos, a todo momento, em diálogo com a equipe de profissionais do 'Paes de Carvalho'. O que foi planejado é o que está sendo, com muita atenção, implementado. Todos os espaços que serão ocupados pelos alunos do Paes de Carvalho não terão nenhuma dificuldade por conta da comunidade Visconde de Souza Franco. E, hoje, foi a aula inaugural no auditório. Houve, ainda, diálogos entre os alunos dos dois colégios".

image Os alunos terão que se adaptar a uma nova realidade a partir desta semana (Igor Mota)

DOIS EM UM

A diretora explicou que os estudantes do "Souza Franco", situado na avenida Almirante Barroso, vão ficar no térreo da escola e os dos "Paes de Carvalho", no primeiro andar. A escola do Marco funciona em tempo integral e tem 300 alunos. Eles chegam 7h30 e estudam até 17h. Já o Paes de Carvalho terá aulas nos três turnos.

image Os alunos do Paes de Carvalho ocupam um dos pavimentos do Souza Franco (Igor Mota / O Liberal)

"Os alunos do Paes de Carvalho não terão nenhum problema por falta de salas ou carteiras", afirmou. "A vinda dos alunos se deu de maneira muito planejada e organizada pela Seduc, junto com os diretores e equipes das duas escolas", acrescentou. A rivalidade entre as escolas é algo superado, explicou Marilena.

"Estou aqui há muitos anos. Saí em 2005 e retornei em 2010. E a gente sempre percebeu que não era a rivalidade entre as escolas. Infelizmente, pessoas se matricularam como alunos e a intenção era outra, totalmente diferente. A gente, com a Seduc e com a Polícia, conseguiu combater esses problemas, que já foram superados. Nossa bandeira é a da paz", afirmou Marilena Guimarães Lima.

"Tanto que hoje a gente tem uma tranquilidade imensa de abrir as portas para os alunos do Paes de Carvalho. Se fosse também do IEP ou qualquer outra escola, o Souza Franco estaria de portas abertas. Somos todos da rede estadual de ensino. A escola é pública, de todos os que precisam dela. E os nossos alunos e professores estão bem conscientes da importância dessa troca de experiência que teremos com os alunos e professores do Paes de Carvalho". 

DIA TRANQUILO

Diretor do colégio Paes de Carvalho, o professor John Charles Torres disse que o primeiro dia foi tranquilo e não houve nenhum incidente - nem durante o deslocamento dos alunos e nem na chegada ao colégio. Ao chegar à escola, os alunos do "Paes de Carvalho" foram bem recebidos pelos estudantes do Souza Franco, que lhes deram boas-vindas. O diretor estimou que 100 alunos participaram da aula inaugural. E acrescentou que as obras de reforma do "Paes de Carvalho" estão em andamento. E que foram aceleradas a partir de janeiro.

image Obras no Colégio Paes de Carvalho (Igor Mota / O Liberal)

O diretor disse que as obras estavam muito lentas em 2018. Ele também destacou não haver mais um clima de animosidade entre os alunos, cujo perfil também mudou. Antes, o Souza Franco era a maior escola do Pará, com 3.500. Hoje, são 300. 

Uma placa afixada em frente ao Paes de Carvalho informa que a reforma e ampliação do colégio começou em 22 de dezembro de 2017 e o prazo de conclusão era de 180 dias. Valor da obra: R$ 2.486,901,10.

Em nota, divulgada no final de fevereiro, a Seduc informou que as obras no Paes de Carvalho estão previstas para serem concluídas em três meses.

RECEPÇÃO

Os alunos do Paes de Carvalho continuam usando seus uniformes tradicionais. E o clima era de cordialidade entre eles. Everton Costa, de 16 anos, disse que o primeiro dia foi normal, já que as aulas vão começar realmente nesta terça-feira.

"Os professores foram apresentados pra gente. Fomos bem recebidos. Os representantes do Souza Franco disseram que não há rivalidade entre nós, pois todos somos da rede estadual de ensino", afirmou ele, que estuda há um ano no colégio.

Kimberly Daniele, 15 anos, disse que "foi tudo calmo. Fomos bem recebidos. Não gostei no início. Achei muito longe. Mas a gente vai ter que se acostumar até a gente volta para cá". É o seu primeiro ano no colégio.

Camile Vitória, também de 15 anos, gostou da recepção no Souza Franco. "A gente foi recebido muito bem. Quando a gente outro, tinha uns cartazes dizendo bem-vindos. Achei bem longe. Mas nada é impossível", contou. Também é primeiro ano no Paes de Carvalho.

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