Adultos jovens são alvos do coronavírus

Estado depressivo de jovens agrava risco de vida na pandemia

Eduardo Rocha

Os adultos jovens devem redobrar os cuidados contra o novo coronavírus, de vez que grande parte dos pacientes em Unidades de Terapia Intensiva UTI para covid-19 no País é formada por esse público que tem o agravante de a ansiedade e a depressão contribuírem para o agravamento do quadro da doença. O alerta é da infectologista Andréa Beltrão, que atua nos hospitais Guadalupe e Metropolitano. 
Andréa tem verificado que os muitos jovens mostram-se ansiosos, depressivos, e que o pavor manifestado pela pessoa pode, inclusive, gerar o fechamento de vasos sanguíneos, o que, aliado à covid-19, coloca em risco a vida do cidadão ou cidadã, já que o coronavírus ataca, entre outras partes do corpo, o sistema respiratório. "Por isso, pais e os cidadãos jovens devem ficar atentos ao aspecto emocional e manter as medidas preventivas à doença, de higienização das mãos, uso de máscara e distanciamento social", destaca a médica.
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De acordo com o boletim do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz, divulgado no dia 9 deste mês, quem, agora, tem ocupado os leitos de UTI para pacientes da doença são os adultos jovens. Eles representam a maioria das internações pela forma grave da enfermidade. Antes, segundo a pesquisa, eram os idosos os que mais ocupavam os leitos de UTI. Essa mudança de perfil é explicada, entre outros fatores, é o avanço da vacinação entre a população com mais de 60 anos de idade. As vacinas não impedem que a pessoa de ser infectada pelo vírus, mas reduzem as chances de ela manifestar uma forma grave da doença a ponto de precisar ser internada.
Já no Pará, estudo da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) aponta que entre os meses de março e maio deste ano o número de internações de pessoas com mais de 60 anos de idade em UTIs reduziu 54,71%. O Estado vive uma situação de estabilidade em relação à pandemia. A taxa de ocupação de leitos clínicos exclusivos para pacientes de covid-19 estava em 43,77%, no último domingo (13). Dos 510 leitos de UTI que o governo do Estado gerencia diretamente, 365 (71,57%) estão ocupados. Mais de 534 mil casos de covid-19 já foram confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).
Na análise da infectologista Andréa Beltrão, a primeira onda da covid-19 no Brasil, em 2020, se deu de uma forma bem grave, atingindo, sobretudo, pessoas com comorbidades, como males relacionados ao tabagismo, cardiopatias, diabetes e a obesidade. Com a vacinação, o perfil dos pacientes começou a mudar. 
A variante do coronavírus na primeira onde era agressiva. No entanto, a variante na segunda onda, em março e abril de 2021, mostrou-se mais agressiva e atingiu a todos os públicos de cidadãos e cidadãs no País, com ou sem comorbidade, como destaca a médica. 
"No Pará a segunda onda foi muito forte, mas agora não se tem uma quantidade elevada de casos, a ocupação de leitos está baixa", observou a infectologista. No entanto, Andréa Beltrão chama a atenção para um agravante entre pacientes adultos jovens. "Algo que é bem documentado nos jovens é o quadro emocional, porque se mostram ansiosos, depresssivos. Mas, não é todo jovem com esse perfil", ressalta. Muitos desses jovens se apresentam com obesidade, vida sedentária, ansiosos, em quadro depressivo, complicando o tratamento contra a covid-19.
Já nos primeiros momentos do verão e às vésperas das férias escolares de julho, os adultos jovens, como frisa a médica, devem atentar para a prevenção à covid-19, evitando ambientes fechados, aglomeração de pessoas e, nas praias, manter a distância mínima de um metro de outra pessoa. "O que cada um pode fazer, deve ser feito. Temos a expectativa de que 70% da população esteja vacinada até setembro, mas temos sempre de fazer a nossa parte na prevenção ao coronavírus", finaliza a Andréa Beltrão.
 

 

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