Acidente com ônibus da UFPA: dez estudantes ficaram feridos em tragédia na BR-163, diz reitor
Feridos foram encaminhados a hospitais na cidade de Porangatu (GO), Alvorada do Norte (GO), Gurupi (TO) e Uruaçu (GO)

O grave acidente ocorrido no início da manhã desta quarta-feira (16), na BR-153, na divisa entre os estados de Tocantins e Goiás, deixou ao menos dez feridos — um deles em estado grave, além de quatro mortos da caravana da Universidade Federal do Pará (UFPA). A informação foi confirmada pelo reitor Gilmar Pereira, em coletiva no final da tarde de hoje.
Segundo o reitor, os feridos foram encaminhados a hospitais na cidade de Porangatu (GO), Alvorada do Norte (GO), Gurupi (TO) e Uruaçu (GO) e estão sendo acompanhados por equipes de saúde locais. O estudante em estado grave foi hospitalizado em Uruaçu, mas aguardava transferência para Goiânia. Já um outro ferido estava em transferência hospitalar para a realização de procedimento cirúrgico.
O reitor Gilmar Pereira destacou que os feridos estavam recebendo apoio do estado de Goiás. “Eu queria aqui agradecer ao secretário de saúde de Goiás, que tem estado e circulado, inclusive, nos hospitais onde as pessoas estão”, disse ele.
A comitiva da UFPA tinha como destino o Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), em Goiânia, que começa nesta quarta-feira. O grupo era composto por 138 pessoas, distribuídas em quatro veículos oficiais — dois ônibus executivos e dois micro-ônibus. O acidente envolveu o micro-ônibus que liderava o comboio, transportando 30 pessoas, entre elas dois motoristas e um coordenador de viagem.
Informações preliminares divulgadas pelo reitor apontam que uma carreta teria invadido a pista contrária e colidido frontalmente com o micro-ônibus da UFPA. Ainda não há confirmação oficial sobre as causas do acidente, que estão sendo investigadas pelas autoridades locais. “A impressão é de que o motorista da carreta possa ter dormido, mas não temos confirmação. Tudo ainda está sendo apurado”, explicou o reitor.
Os mortos são três estudantes do campus de Belém — um deles natural de Limoeiro do Ajuru — e um motorista lotado no campus de Altamira. Por respeito às famílias, a universidade optou por não divulgar os nomes.
Além dos alunos da UFPA, o motorista do caminhão também morreu e o passageiro do veículo foi hospitalizado, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Apoio às vítimas e famílias
A UFPA montou um comitê de crise desde as primeiras horas da manhã, com equipes de psicólogos, assistentes sociais e servidores para oferecer apoio às famílias das vítimas, dos feridos e aos demais estudantes envolvidos. A estrutura está localizada no Mirante do Rio.
De acordo com Gilmar, a equipe multidisciplinar já atendeu cerca de 50 pessoas, entre familiares, colegas, professores e dirigentes. “Estamos acolhendo não só quem nos procura, mas também indo até quem precisa. Sabemos que o impacto é coletivo”.
Traslado e velório
O governo do Pará fretou um avião para o transporte dos corpos até Belém. O reitor Gilmar Pereira não deu uma previsão de quando o traslado ocorrerá, mas disse que será “o mais breve possível”. As vítimas serão transportadas para Goiânia, de onde sairá o voo. Um servidor da UFPA acompanha os trâmites relacionados ao transporte dos corpos das vítimas na capital de Goiás.
A universidade também se colocou à disposição das famílias para a realização dos velórios, seja em Belém ou nas cidades de origem das vítimas. “Duas famílias aceitaram que organizássemos os velórios emBelém. Estamos respeitando todas as decisões com o máximo de empatia”, disse Gilmar Pereira.
Suspensão de aulas e luto oficial
A UFPA decretou luto oficial de três dias e suspendeu as atividades acadêmicas no campus do Mirante do Rio, onde a estrutura de acolhimento foi montada. Nos demais prédios da universidade, as aulas deverão seguir normalmente. “O luto, por si só, não impõe a suspensão das aulas, mas suspendemos no Mirante porque é o local onde estamos recebendo as famílias e pode, inclusive, ser utilizado para os velórios”, explicou Pereira.
O reitor também agradeceu a solidariedade recebida de todo o país. “Recebemos apoio do Ministério da Educação, de reitores de outras universidades, do governo do Pará, do governo de Goiás, das autoridades locais e até da imprensa. Isso nos mostra que a dor é compartilhada”, afirmou.
Viagem noturna e segurança
Durante a coletiva, o reitor esclareceu ainda que, embora a UFPA recomende que as viagens sejam feitas durante o dia, não há legislação que proíba deslocamentos noturnos. Ele ressaltou ainda que todos os ônibus da instituição viajam com dois motoristas e um coordenador responsável, para garantir mais segurança.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA