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A cada dia, aumenta a ocorrência de zumbido no ouvido entre adolescentes e jovens

E o uso prolongado de fones contribui para esse problema de saúde

Dilson Pimentel/ O Liberal
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A cada dia, aumenta mais a prevalência do zumbido nas orelhas entre adolescentes e jovens. E esse problema está associado ao uso prolongado de fones de ouvido. O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informou que atende cerca de três mil pacientes por ano com o sintoma de zumbido no ouvido. Carla Fabrícia R. Andrade, consultora de Audiologia, uma especialidade da Fonoaudiologia voltada aos distúrbios de comunicação oriundos do sistema auditivo, disse que o zumbido é uma resposta neurológica de ausência ou sobrecarga  de um estímulo.

Isso ocorre pelo uso muito frequente dos fones de ouvido, seja para ouvir uma aula, uma música ou para uma conversação. E os jovens e adolescentes têm usado em alta intensidade esse som e durante muito tempo. “Isso, com o decorrer do tempo, começa a lesionar células da cóclea, gerando uma diminuição do estímulo enviado para o cérebro”, disse. Órgão presente na orelha interna, a cóclea é responsável pela transformação dos sinais acústicos em sinais neurais.

O zumbido, na realidade, é um sinal de resposta de que algo não está indo bem. O mais importante disso é que essa resposta pode ocorrer em perdas consideradas não tão relevantes. “Por exemplo: quando você vai fazer um exame de audiometria, tem uma faixa de pesquisa que vai de 0 a 25 decibéis. Se uma pessoa, com dez anos, ouvia  0dB , mas, aos 14 anos, ele tá ouvindo em 15 dB, ainda é considerado normal. Mas você há de concordar comigo que houve uma queda. Antes, era 0 e, agora, é 15”, afirmou. “Essa diferença, mesmo que esteja enquadrado em um padrão de normalidade, há uma redução de um estímulo auditivo. Então, silenciosamente, isso vai faltando ausência de estímulo no cérebro. E a resposta vai ser o aparecimento desse zumbido”, afirmou Carla Fabrícia R. Andrade.

O tempo que leva para o aparecimento desse zumbido vai depender do  tempo de exposição e da causa real. Mas o zumbido é uma resposta não apenas de alteração auditiva. Muitas vezes, de alterações metabólicas, de dores, alterações traumáticas (estresse, ansiedade). “O zumbido é a resposta do seu corpo”, afirmou. O primeiro sinal de forma mais silenciosa de uma perda auditiva é o zumbido. “O fato de ele (o jovem) relatar que não está ouvindo bem, ou a mãe falar alguma coisa e ele não perguntar o que é, ou os familiares relatarem que ele está ouvindo televisão muita alta, o som muito alto. A perda auditiva, em si, em uma intensidade que venha a dar um sinal de que esse som está muito alto e que você está precisando demais som para entender, é um segundo alerta”, afirmou.

Os jovens devem usar fones Red Set, que vedam mais os sons externos

Ela citou uma pesquisa da USP que mostrou que, de 170 pesquisados, de 11 a 17 anos, 95% relataram usar fone. Desses 95%, 77 relataram que ouvem o som alto. Porém, dos 77, 54% relataram que, dentro de 12 meses, ouviram o zumbido. Ou seja: ele pode aparecer e desaparecer. Ele pode aparecer por um tempo mais longo. “Ou pode aparecer um tipo de som e, depois de tantos meses, aparecer outro tipo de som”, afirmou. Porém, o mais impressionante é que eles relataram não se incomodarem com isso. “Por que relataram não se incomodar? Porque não têm uma perda auditiva de um grau que venha a demonstrar uma necessidade. Foi o que expliquei lá no começo: o órgão de corte, a orelha interna, o cérebro vai pegando sinais. Só que, muitas das vezes, não existe uma perda auditiva em uma gravidade que ele possa dizer que não está ouvindo bem. Onde, lá na frente, é o zumbido que está sendo o primeiro sinal. O zumbido é o primeiro sinal”, afirmou.

A orientação é que os jovens usem fones Red Set. “Os pais podem investir em red fones bons, de boa qualidade. Eles vedam mais os sons externos, fazendo com que o aumento do som seja menor para eles ouvirem com qualidade. Esses que ficam dentro do ouvido captam muitos sons externos. E vai haver uma competição com o som que está saindo do fone. Isso faz com que o adolescente aumente o volume do som do fone”, disse Carla Fabrícia R. Andrade.

O investimento em red fones de boa qualidade reduz essa necessidade de aumentar o volume do som que sai do fone. O tratamento real do zumbido é um tratamento holístico. Há vários tratamentos. “A primeira coisa que a mãe, ou o responsável deve fazer, é marcar uma consulta para uma avaliação otorrinolaringológica. O  otorrinolaringologista  vai começar uma investigação, desde uma avaliação do ouvido em si, da estrutura do ouvido, até uma audiometria. É muito importante fazer uma audiometria em altas frequências, porque, muitas vezes, essa perda auditiva começa em altas frequências”, explicou.

Ele vai fazer uma avaliação na questão química do metabolismo desse corpo. É que o zumbido também pode estar associado a alterações hormonais, alterações de tireóide, hipertireoidismo, hipotireoidismo, menopausa, andropausa a uma disfunção dessa articulação temporomandibular, que fica próximo do ouvido. Também pode estar associado a questões psicológicas, estresse, ansiedade, traumas muito marcantes. Também pode estar relacionado a alterações cervicais, alterações de coluna, fibromialgia.

Parte do tratamento pode ser através do uso do aparelho auditivo, que são amplificadores sonoros inteligentes, de boa tecnologia. “Inclusive o centro auditivo Telex tem essa família de aparelho, OPN S, que são pequenos e discretos”, disse. Também deve-se associar o uso do aparelho auditivo a tratamentos que venham a trazer um equilíbrio  bioquímico desse corpo: uma atividade física, ingestão de líquido, alimentação, redução de gorduras, redução de açúcar (estimuladores que intensificam a sensação do zumbido). Tudo isso são estimuladores e aumentam a sensação da presença do zumbido.

Todos os serviços do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza são 100% oferecidos pelo Sistema Único de Saúde

O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) informou que oferece serviços como as avaliações otorrinolaringológica e fonoaudiológica, exames auditivos como a audiometria, emissões otoacústicas, potencial evocado auditivo de troco encefálico, bem como testes vestibulares, que avaliam a função do labirinto. Há também o Programa de Saúde Auditiva, que fornece aparelhos auditivos a quem apresenta perda auditiva associada. Todos os serviços do HUBFS são 100% oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e para ser atendido é necessário que o paciente seja primeiramente avaliado em uma unidade de atenção básica em saúde e receba encaminhamento para o Bettina Ferro, que é referência em atendimento para média e alta complexidade em otorrinolaringologia.  

 

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