Moradores transformam ponto de descarte irregular de lixo em jardim
Mas o problema parece não ter fim. Apesar de resolvido o problema na passarela entre as WE 23 e 24, um novo lixão foi formado na passarela entre as travessas WE 26 e 27, também na Cidade Nova V

Depois de amargar cerca de quatro anos com um cenário de fedor, por causa do descarte irregular de lixo, os moradores da passarela entre as WEs 23 e 24, na Cidade Nova V, re significaram o local. O que antes era um verdadeiro lixão a céu aberto se transformou em um espaço arborizado. A arborização do local foi fruto de muito trabalho dos moradores que se mobilizaram.
“Aqui era lixo pra todo lado! Antes tinha uma quadra de esportes, construída pela gestão anterior, aí depois demoliram, e virou um lixão. Tivemos que nos organizar, pra limpar, foram cerca de seis vizinhos metendo a mão na massa”, explica a moradora Edna Barros, de 62 anos, dona de casa.
Os moradores conseguiram pneus e, com eles, construíram cercas de madeira para proteger as plantas. “Nós tivemos que fazer o cercado, pois, mesmo com as plantas, eles continuavam a jogar lixo. Decidimos, então, colocar um vigia durante três meses. Pela manhã ficava um fiscal. Foi quando cessou um pouco o descarte irregular”, explica a dona de casa Maria de Nazaré Ferreira, de 76 anos.
Ela mora na esquina, portanto sofria ao ver daquele jeito a rua. “Era um fedor horrível. Quando eu saía de casa e via aquilo, dava vontade de chorar. Teve uma vez que jogaram um lixo podre e, quando meu marido foi reclamar, o rapaz veio com um vergalhão pra enfiar na barriga dele. Ele queria jogar cabeças de peixe podre. Após a intervenção dos vizinhos, ele levou pra outro local e nunca mais eu vi esse homem”, conta.
“Eu ia à prefeitura toda semana. Meu nome já era conhecido lá. Eu ia sozinha ou acompanhada do meu marido. Eles vinham, limpavam, e não demorava muito vinha de novo gente jogar lixo”, recorda dona Maria de Nazaré.
Hoje no local há uma infinidade de plantas que dão frutos. “Tem pés de limão, tem coqueiros, e também plantas de flores. Toda a iniciativa foi nossa, inclusive a nossa persistência para fiscalizar, pois, principalmente nos horários em que a rua ficava deserta aproveitavam para descartar lixo”, explica dona Edna.
Elas já convivem há cerca de dois anos com o cenário de limpeza. “Não é porque a gente é pobre que a gente tem que viver na imundice. Eu gosto de limpeza. Dá raiva a gente cuidar com todo carinho e vir uma pessoa sujar”, desabafa dona Maria.
A praça próximo dali também já foi ponto de descarte, mas os moradores também passaram a se reunir para roçar o local. “A prefeitura roçou poucas vezes a praça. Sempre éramos nós que fazíamos. Mas como era muito serviço pra nós, o pessoal que mora lá perto assumiu a parte de lá. E nós continuamos assumindo aqui”, explica.
“Sou muito grata à nossa amiga Nazaré. Ela é a nossa advogada aqui na rua. Ela decide e mobiliza todo mundo em prol das melhorias. É uma pessoa de força, apesar dos 76 anos. Ela toma a iniciativa pra ajeitar desde quando queima uma lâmpada no poste a algo mais complexo", finaliza Edna Barros
Problema continua em outro ponto
O problema parece não ter fim. Apesar de resolvido o problema na passarela entre as WEs 23 e 24, um novo lixão foi formado na passarela entre as travessas WE 26 e 27, também na Cidade Nova V. “Esse descarte é feito em grande parte por pessoas da feira. Às vezes vêm pessoas de caminhonete jogar”, denuncia dona Edna.
Um dia após a realização desta reportagem, equipes da Prefeitura de Ananindeua foram até o local para limpar novamente.
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