Futevôlei tem atraído praticantes em Ananindeua; saiba onde jogar

O principal objetivo, conforme o jogador Rico, é incentivar a prática da modalidade com abrangência para todos os públicos: do iniciante até o mais experiente, e assegura que qualquer pessoa pode aprender a jogar o futevôlei

O Liberal
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Uma das principais preocupações dos trabalhadores é o que fazer após a aposentadoria. Entre as prováveis respostas estão viajar, curtir a família, aprender a tocar um instrumento, adotar um animal de estimação ou, quem sabe, encontrar um novo hobby. Foi mais ou menos esse o caminho encontrado pelo ex-jogador de futebol Ricardo Rogério Cordeiro Rodrigues, de 42 anos, mais conhecido como “Rico”. Por intermédio de amigos e ex-colegas jogadores que o então “aposentado” Rico foi apresentado ao futevôlei, uma modalidade que nasceu nas praias do Rio de Janeiro, na década de 60, e que em muitos aspectos se assemelha ao vôlei de praia.

Rico iniciou a carreira cedo. Aos 17 anos chegou à equipe profissional do Clube do Remo. A época o atleta mantinha uma rotina puxada de treinamentos, alimentação, concentração, viagens e jogos. Em 2005, foi o artilheiro do Campeonato Paraense atuando pelo Pedreira, e chegou a defender as cores do Ananindeua, do Paysandu, da Tuna Luso e do Castanhal entre outros clubes.

Antes de pendurar as chuteiras, aos 30 anos, já havia iniciado a formação acadêmica em Educação Física e foi aí que decidiu partir para o empreendedorismo. Rico é proprietário de uma academia na Cidade Nova, em Ananindeua. Mas, segundo ele, a vida seguia um ritmo bem diferente do período em que frequentava os gramados de futebol. “Vi no futevôlei um esporte maravilhoso, que eu poderia praticar para ter uma melhor qualidade de vida depois que parei com o futebol”, comenta. O esporte é disputado em quadras de areia, porém os jogadores (duplas) só podem tocar na bola com os membros inferiores, cabeça, ombros, peito e costas.

A areia também é delas

Rico passou a se dedicar e estudar sobre a modalidade. Buscou referência e inspiração em atletas locais e nos brasileiros que são destaque internacional, como o campeão mundial por nove vezes e conhecido como “Pelé” do futevôlei, o jogador Bello Soares, e também Jota Paraná, que coleciona diversos títulos pelas areias do mundo.

image Além de torneios, elas fazem intercâmbios com atletas (Sidney Oliveira)

De acordo com o ex-jogador, a Federação Paraense de Futevôlei (Fepafv) está entre as melhores do país. “A federação é uma das mais organizadas do Brasil e disponibiliza vários campeonatos. Ela realiza duas competições por ano com atletas de todo o Estado”, afirma. Existem também eventos municipais, como o que acontece em Ananindeua, que ele organiza com várias categorias, entre elas uma específica para as mulheres.

O principal objetivo, conforme Rico, é incentivar a prática da modalidade com abrangência para todos os públicos: do iniciante até o mais experiente. E qualquer pessoa, assegura, pode aprender a jogar o futevôlei “O primeiro passo é começar, brincar, botar uma rede, bater bola com o companheiro. As regras são fáceis, não há limite de idade, pois temos alunos de treze até sessenta anos”, diz.

image Mulheres se reúnem em Ananindeua para jogar futevôlei (Sidney Oliveira)

Futevôlei atrai a mulherada

Segundo a Fepafv, a última competição, realizada em novembro de 2021, envolveu cerca de 400 pessoas, entre atletas, staffs, árbitros e organizadores. Foram 150 duplas, divididas em sete categorias diferentes. A programação durou dois dias e as disputas ocorreram oito quadras, com jogos simultâneos, em um clube localizado na Avenida Mário Covas, em Ananindeua.

Apesar da maioria masculina, a presença feminina no futevôlei vem crescendo exponencialmente no estado, no Brasil e no mundo. O esporte tem ajudado a mudar não apenas a rotina, como a realidade de pessoas. Foi o que aconteceu com a autônoma Joice Aquino, 38 anos, que deixou de lado o sedentarismo e ganhou uma vida com mais qualidade e disposição. “O futevôlei me trouxe ânimo para a prática de esporte. E é meu lazer e antiestresse. Para quem concilia essa prática com uma boa alimentação é uma ótima maneira de se manter em forma”, comenta.

A modalidade tem atraído cada vez mais mulheres, pois propõe trabalhar pernas, braços e coordenação motora, e ganhou mais destaque em tempos pandêmicos pela busca por atividades ao ar livre, com distanciamento. Sem contar que é do Brasil a “Rainha da Praia” ou a “Marta da areia”, Natalia Guitler, que, além de referência no futevôlei, é inspiração para as jovens e considerada uma das melhores atletas do mundo.

Para Joice, o futevôlei foi amor à primeira vista. Em 2018, ela foi apresentada oficialmente à modalidade por seu irmão, que é professor de Educação Física, e sugeriu como atividade de lazer entre os amigos. Os primeiros treinos aconteciam em um condomínio na Cidade Nova VII, em Ananindeua.

Pensando em dar protagonismo, tratar de questões de preconceitos e incentivar as mulheres a conhecerem o esporte, Joice, sua cunhada, e outras meninas criaram, em 2019, um grupo chamado Futevôlei das Patroas. “Infelizmente situações de preconceito, estereotipia, discriminação e desigualdade são evidentes. Por isso optamos em criar um grupo feminino”, ressalta.

(*Dinei Souza, estagiário sob supervisão de Nilson Cortinhas e Pedro Cruz)

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