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UFPA promove ato em defesa da democracia

Comunidade universitária e movimentos sociais repudiaram ataques de radicais ocorrido em Brasília

Fabrício Queiroz
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Professores, estudantes, técnico-administrativos e demais membros da comunidade acadêmica da Universidade Federal do Pará (UFPA) realizaram um ato público em defesa da democracia na manhã desta terça-feira, 10, no centro de eventos Benedito Nunes, no campus do Guamá, em Belém. A mobilização reuniu ainda movimentos sociais, sindicatos, órgãos de classe e políticos, que se organizaram em resposta ao ataque de bolsonaristas radicais contra as sedes dos três poderes, em Brasília.

Na abertura do evento, o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho relembrou as cenas do último domingo e classificou os manifestantes como uma “horda de terroristas” que seriam oriundos do “avanço de uma cultura fascista no país”, em que se prega o uso da violência como forma de resolução de conflitos. Além disso, Tourinho destacou que a mobilização do Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da sociedade civil é importante para demonstrar o apoio ao regime político vigente.

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“Todas as organizações da sociedade, independentemente das suas convicções políticas, partidárias e ideológicas devem se juntar neste momento para defender o país, para defender a democracia porque é disto que todos nós dependemos como sociedade para construir um futuro para o Brasil. Este é um momento de juntar esforços, de conjugar a mobilização de todas aquelas pessoas que de fato se importam com o futuro do país e defender as nossas instituições. O que nós temos visto após os fatos graves e lamentáveis do domingo é que a sociedade brasileira vem fazendo este movimento que é importante para o país demonstrando que não aceita o autoritarismo, não aceita a violência como método político e não aceita a imposição da vontade de uma minoria”, afirmou o reitor.

Ao longo do ato, diversas figuras representativas da Universidade e da ciência paraense se revezaram no uso da fala para tratar do processo de redemocratização do país após o regime militar e explicitar repúdio ao vandalismo recente. Em diferentes ocasiões, os participantes também clamaram para que não haja anistia aos envolvidos nos ataques e que seus mandantes e financiadores sejam identificados.

image A professora Zélia Amador de Deus considera que a mobilização da sociedade civil é capaz de frear o terrorismo (Igor Mota / O Liberal)

“Não podemos esmorecer no sentido de deixar que o terrorismo golpista avance. Eu digo que este ato na Universidade Federal do Pará inicia uma defesa constante que a gente tem que ter da nossa democracia, da nossa possibilidade de avançar na construção de uma sociedade justa, onde não caiba o racismo, o machismo, o classismo e nenhuma forma de discriminação que desumanize as pessoas”, frisou a professora Zélia Amador de Deus, que ocupa o cargo de assessora de diversidade e inclusão social da UFPA, além de ser uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa).

Já a professora Edivânia Alves, diretora geral da Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa) reiterou a relevância da organização da sociedade e enfatizou que considera que as instituições de ensino precisam educar a população, inclusive politicamente. “Nós, professores e alunos, precisamos fazer das nossas salas de aula uma trincheira de luta, precisamos debater a democracia como um valor maior que não será suplantado, que não será trocado de forma nenhuma”, disse.

Apesar das atividades letivas na instituição estarem em período intervalar, foi grande a participação de estudantes dos diversos cursos no evento. Entre eles estavam Tarsila Amora, Alan Nunes e Carla Karolina, que representaram a União Nacional dos Estudantes (UNE) no ato. “A nossa tarefa número um é honrar o legado daqueles e daquelas que vieram antes da gente, mas principalmente lutar por justiça. Uma luta que não iniciou agora e que não vai terminar com a nossa geração. É uma luta que tem a tarefa de não deixar que o show de horrores que a gente viu em Brasília se repita. Não vamos naturalizar a barbárie”, sintetizou a aluna Tarsila.

image Os estudantes Tarsila Amora (ao microfone), Alan Nunes e Carla Karolina disseram que o "movimento estudantil não vai naturalizar a barbárie" ()

Também estiveram presentes na manifestação os representantes da associação de discentes indígenas, dos discentes quilombolas, do sindicato de técnico-administrativos da instituições de ensino superior e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), do Movimento República de Emaús, partidos políticos, entre outros.

“A comunidade acadêmica demonstra não só neste momento histórico e importante, mas historicamente qual é o papel da universidade na luta e na defesa da democracia nesse país”, pontuou a deputada estadual Marinor Brito (PSOL), que saudou a iniciativa do ato e destacou que essa é uma oportunidade para congregar esforços em torno de um projeto comum. “Não há como deixar passar este momento sem que a gente reaja da forma como estamos fazendo: deixando as nossas diferenças políticas, partidárias e até ideológicas acomodadas por um tempo para que a gente se dedique ao que é prioritário”, afirmou a parlamentar.

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