CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

STF decide que juízes podem julgar causas de clientes de escritórios de parentes

Decisão beneficia os próprios ministros do Supremo que são casados com advogadas.

O Liberal
fonte

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria -  6 votos a 4 no plenário virtual - neste sábado (19), para flexibilizar as regras de impedimento de juízes, permitindo que magistrados julguem casos em que as partes sejam clientes de escritórios de cônjuges, parceiros e parentes. A restrição foi criada na reforma do Código de Processo Civil, com o objetivo de assegurar a imparcialidade nos julgamentos. Ela era válida, inclusive, para processos patrocinados por outras bancas de advogados. Dessa forma, se o cliente tivesse alguma causa no escritório do parente do juiz, o magistrado estaria impedido de julgar qualquer ação dele.

VEJA MAIS

image No Rio de Janeiro, Silas Malafaia diz que Brasil vive uma 'ditadura de toga'
Críticas do pastor feitas na Marcha para Jesus, no Rio de Janeiro, na tarde de sábado, foram dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF e TSE

image Presidente da ANJ diz que decisão do STF em criminalizar jornais pode gerar autocensura
Corte votou medida que prevê condenar veículos de comunicação por declarações dadas por entrevistados; entidades mencionam riscos à liberdade de imprensa

Decano do STF e autor do voto predominante, o ministro Gilmar Mendes, defendeu que a restrição viola os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Para ele, não dá para exigir que os juízes conheçam a carteira de clientes dos escritórios de seus parentes. “O fato é que a lei simplesmente previu a causa de impedimento, sem dar ao juiz o poder ou os meios para pesquisar a carteira de clientes do escritório de seu familiar”, criticou.

Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes acompanharam o voto de Gilmar Mendes. 

Relator do processo, o ministro Edson Fachin votou para manter a regra de impedimento, argumentando que ela foi criada para “garantir um julgamento justo e imparcial”. “Ainda que em alguns casos possa ser difícil identificar a lista de clientes do escritório de advocacia, a regra prevista no Código de Processo Civil está longe de ser de impossível cumprimento”, rebateu. Ele foi seguido por Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.

image R70: 'Bastava me pedir', diz Michelle Bolsonaro sobre quebra de sigilo bancário e fiscal dela
A ex-primeira dama criticou a decisão de Moraes, ministro do STF, de autorizar a quebra de sigilo

image STF autoriza cooperação internacional para apurar venda de joias de Bolsonaro
Polícia Federal pediu colaboração de autoridades dos Estados Unidos para investigar venda de joias por assessores do ex-presidente

A ação em julgamento no STF foi movida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). A entidade alega que os juízes precisariam exigir dos parentes uma lista diária da relação de seus clientes e poderiam ser penalizados por “informações que estão com terceiros”. “O dispositivo ora impugnado se presta apenas para enxovalhar alguns magistrados, pois quando há o interesse de atingi-los ou maculá-los, certamente para constrangê-lo em razão de já ter proferido decisão(ões) contrária(s) aos seus eventuais detratores, esses se prestam a fazer pesquisas extra-autos para obter a informação necessária a apontar o impedimento que o magistrado desconhece”, argumentou a AMB.

image Supremo forma maioria para tornar ré a deputada Carla Zambelli por perseguição com arma de fogo
Agora a parlamentar terá que apresentar defesa e, então, testemunhas serão ouvidas

image Mensagens apontam que PMs tinham conhecimento da escalada dos atos em dia 8 de janeiro, diz PGR
Além disso, conversas recuperadas e divulgadas no relatório da PGR indicam que parte da alta cúpula da PMDF fez críticas aos resultados das eleições de 2022

A decisão beneficia os próprios ministros do STF. Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes são casados com advogadas, enquanto os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Edson Fachin são pais de advogados.

A votação termina na segunda. Resta apenas o voto de André Mendonça. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA