‘População demonstrou que quer mudança’, afirma Igor Normando (MDB) sobre primeiro turno
À frente dos outros candidatos, o concorrente alcançou 44% dos votos no pleito do dia 6 de outubro
O candidato à Prefeitura de Belém Igor Normando (MDB) esteve nos estúdios do Grupo Liberal na última quinta-feira (17) e foi sabatinado pelos apresentadores Abner Luiz e Elisa Vaz, no programa Liberal + Notícias. Ele concorre ao cargo de prefeito nas eleições deste ano e alcançou, no primeiro turno, cerca de 44% dos votos na capital, liderando a corrida. Na entrevista, o político, que é deputado estadual, avaliou a campanha até aqui e o resultado do dia 6 de outubro. Igor ainda passará por uma nova votação no dia 27 deste mês, em segundo turno. Assista:
Confira um trecho da entrevista
Pergunta: Candidato, o senhor chegou até o segundo turno das eleições deste ano. Como avalia a corrida eleitoral até aqui?
Igor: Primeiro eu quero agradecer às pessoas que acreditaram no nosso projeto. Nossa pré-candidatura começou em março com 4% das intenções de voto e terminamos o segundo turno com quase 45%, inclusive com a possibilidade de vencer ainda em primeiro turno. Isso mostra que a população compreendeu o nosso projeto e, principalmente, que Belém precisa se levantar, com um novo projeto de cidade, ainda mais agora, que nós vamos sediar a COP 30, que vai ser um divisor de águas na nossa cidade. Então, acredito muito que a nossa caminhada se deu através de uma campanha limpa, que respeitou os adversários, que apresentou proposta para a cidade e a cidade comprou essa ideia e, com um olhar de esperança, com abraço sincero e um sorriso no rosto, nos recebeu em suas casas e nos deu a oportunidade de chegar a esse segundo turno liderando todas as intenções de voto.
O resultado alcançado pelo senhor, de cerca de 44% dos votos, estava dentro da sua expectativa para o primeiro turno?
Eu acredito muito no sentimento da população. A gente andou muito nessa jornada, por todos os bairros de Belém, acredito que eu tenha sido o único candidato que tenha rodado por todos os bairros da cidade, tanto na pré-campanha quanto no período eleitoral, falando sobre as nossas propostas. O sentimento era de que Belém estava do nosso lado. Não sou presunçoso demais para achar que uma eleição já está ganha e nem sou pessimista ao ponto de achar que nós não tínhamos qualquer tipo de chance. Eu me considero um realista esperançoso. Entendo a realidade, mas sempre tenho esperança de que coisas melhores aconteçam. Fico muito feliz porque a população nas ruas demonstrou que quer mudança e a mudança nesta eleição foi representada pela nossa candidatura.
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O MDB elegeu muitos vereadores, e outros que não entraram na Câmara tiveram muitos votos. O senhor tem o apoio do deputado estadual mais votado, do prefeito Edmilson Rodrigues e do Thiago Araújo. Isso lhe dá conforto para esse segundo turno?
O primeiro turno tem vários partidos com candidaturas, de forma democrática, apresentando seus projetos para a cidade. No segundo turno, só duas candidaturas passam. E é natural que as lideranças políticas tomem posição, com apoio ou declaração de voto. Tivemos a aglutinação de lideranças importantes da cidade, de candidatos que não foram ao segundo turno, como do Thiago Araújo, do Eguchi e o voto crítico do prefeito Edmilson Rodrigues. Eu nunca o procurei para conversar, ele nunca me procurou para conversar. Ele declarou voto crítico, talvez por entender que o nosso projeto não convergia com o seu, mas que o projeto do nosso adversário, infelizmente, não representa os anseios da sociedade como um todo. Construímos uma ampla aliança política para apresentar o projeto da cidade, e todos aqueles que quiserem se unir a nós serão muito bem-vindos, independente de ser de direita, esquerda ou centro, vamos governar Belém para todos os belenenses e por isso construímos esse projeto de cidade amplo, sem barganha política, sem fatiamento de governo, sem nenhum tipo de negociação com secretaria. A gente não fez isso no primeiro turno com os partidos que compõem a nossa coligação e não fizemos isso no segundo turno. Todos que quiserem nos apoiar serão bem-vindos, mas terão a certeza de que quem vai governar sou eu, com a parceria de vários secretários que tenham capacidade de gestão e de entrega e, principalmente, que estejam alinhados com o nosso projeto de cidade.
O senhor publicou ontem um vídeo dizendo que vai abrir mão do aumento de salário aprovado para o prefeito nesta semana, caso seja eleito. Por que essa decisão? Como o senhor avalia esse projeto aprovado?
Eu respeito muito a Câmara Municipal, já fui vereador, estou deputado estadual, respeito as decisões do Legislativo, mas tenho a opção de aceitar ou não aceitar. Eu não concordo, acredito que os vencimentos do prefeito já são suficientes para que se possa ter uma tranquilidade de governar a cidade, por isso resolvi abrir mão do que me cabe, que é, justamente, o aumento salarial. Então, não vou aceitar o aumento salarial uma vez prefeito de Belém e vou devolver para o tesouro da Prefeitura ou destinar a alguma ação que possa ajudar a população de alguma forma.
Ao receber o apoio dos candidatos que não conseguiram chegar ao segundo turno, o senhor pode receber parte de suas ideias no seu projeto de governo. Isso ficou acertado?
Sim. Os dois candidatos que disputaram a eleição e apoiaram nossa candidatura, tanto o deputado Thiago Araújo como o Delegado Eguchi, sugeriram projetos ao nosso programa de governo. Alguns até estavam no nosso escopo, então tivemos um alinhamento nesse sentido, então haverá um debate, e esses outros partidos que estiverem conosco terão toda liberdade para sugerir, porém, a construção do nosso plano de governo não abre mão da forma como queremos gerir a cidade.
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Candidato, circula nas redes sociais um vídeo do senhor discursando na Câmara sobre um projeto que envolve a Orla de Belém. O senhor diz que a população que mora no entorno deveria ser remanejada para que investimentos privados fossem feitos no local, citando ainda que “não adianta nada a população que vive no entorno viver ali no bairro nobre, se não tem condição real de viver”. Isso foi visto como uma segregação, como se o senhor defendesse tirar a população de baixa renda das áreas nobres da cidade. Afinal, o que o senhor queria dizer ali?
Muito obrigado pela oportunidade de repor a verdade. O que houve no primeiro turno foi a deturpação de uma fala minha, porque em momento nenhum eu disse que as pessoas seriam tiradas de onde vivem e iriam para outro bairro. O que eu não acredito e nem defendo é que as pessoas vivam, seja em área nobre ou na periferia, em condições subumanas. O que precisamos fazer é que a iniciativa privada, que tem projetos para a cidade, possa construir habitação digna para as pessoas que lá vivem. Até hoje não se acabou o projeto da Vila da Barca, a população ainda sofre com um grande problema de saneamento, e no nosso governo vamos acabar de uma vez a reforma da Vila da Barca e vamos fazer com que os conjuntos habitacionais, por meio do MCMV, possam ser realizadas em áreas que hoje não são utilizadas. E se a iniciativa quiser investir, tem que ter uma contrapartida para a população que mais precisa, principalmente as que vivem em condições difíceis. Foi isso que quis dizer e que foi deturpado pelos adversários.
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