Políticos italianos pedem revogação da cidadania honorária dada a Bolsonaro
A concessão voltou a ser debatido na região onde nasceu o bisavô do ex-presidente, depois da invasão de manifestantes radicalistas nas sedes dos três poderes

Políticos da região de Vêneto, na Itália, têm pressionado a prefeita de comuna, Alessandra Buono, pra que ela revogue a cidadania honorária concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A cidadania foi concedida em novembro de 2021 durante uma viagem do ex-mandatário a Itália. As informações são do portal O Globo.
A concessão voltou a ser debatido na região onde nasceu o bisavô do ex-presidente, depois da invasão de manifestantes radicalistas nas sedes dos três poderes no último domingo (08) em Brasília. De acordo o jornal Corriere del Veneto o Partido Democrático, o Movimento Cinco Estrelas, os Verdes e a Refundação Comunista estão entre os que voltaram a pedir a revogação da cidadania de Bolsonaro. A prefeita de Anguillara não se manifestou sobre o assunto.
"Após a tentativa de golpe no Brasil por partidários do ex-presidente, só podemos confirmar o absurdo desse reconhecimento que pedimos para ser revogado com urgência", declararam os parlamentares regionais Vanessa Camani e Andrea Zanoni, do Partido Democrático, ao jornal Podova Oggi.
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Elena Ostenel, conselheira regional do partido "Veneto Che Vogliamo", também se posicionou contra a concessão da cidadania a Bolsonaro. Ela comparou as ações do último domingo com a invasão do Capitólio feita por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump em 2020. "A Região não pode ficar parada assistindo: peça ao Município de Anguillara Veneta que retire imediatamente a cidadania honorária", publicou a conselheira em suas redes sociais.
Outra parlamentar italiana que também se manifestou contra a cidadania honorária foi a conselheira regional Erika Baldin, do Movimento Cinco Estrelas. Ela propôs a votação de uma resolução em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Conselho Regional de Vêneto. "Estamos diante de fatos muito graves. O ataque às instituições democráticas por parte dos seguidores de Bolsonaro é um ataque à democracia e não pode ser tolerado de forma alguma. Peço à Região, em primeiro lugar ao Presidente Zaia, que se solidarize com o Presidente Lula e às instituições democráticas votando a favor da minha resolução o mais rápido possível" declarou.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política).
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