Moraes vota por 14 anos de prisão a acusado de liderar atos golpistas de 8 de janeiro
O ministro também determinou que o réu pague, solidariamente com os demais condenados, R$ 30 milhões pelos danos causados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (20) pela condenação de Diego Dias Ventura a 14 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele é apontado como um dos líderes do acampamento golpista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
O julgamento ocorre em plenário virtual. No voto, Moraes destacou que Ventura coordenou a logística do acampamento e participou diretamente das invasões aos prédios dos Três Poderes, em especial ao STF. O ministro também determinou que o réu pague, solidariamente com os demais condenados, R$ 30 milhões pelos danos causados.
Segundo Moraes, mensagens e áudios extraídos do celular de Ventura indicam que ele promovia arrecadação de recursos, articulava ações com outros participantes e incentivava atos violentos.
A defesa de Ventura alegou, nas alegações finais apresentadas em fevereiro de 2024, que ele participou apenas de uma "manifestação pacífica", sem envolvimento com vandalismo ou incitação. Preso em 2023 durante a Operação Lesa Pátria, Ventura responde ao processo em liberdade.
Ainda faltam os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.
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Quem é Diego Ventura
Comerciante, Ventura é considerado um dos articuladores da invasão ao STF. Foi preso em julho de 2023, quando seguia para a 3ª Assembleia Nacional da Direita Brasileira. Ele já havia sido detido em dezembro de 2022 com um grupo portando estilingues, bolinhas de gude, facas e rádios transmissores, mas foi liberado.
Vídeos obtidos pelo UOL mostram Ventura chutando grades de proteção e comemorando dentro do STF no dia 8 de janeiro. Ele aparece ao lado de Ana Priscilla Azevedo, também identificada como organizadora do acampamento em frente ao QG do Exército.
Líder do grupo Abrapa 01, Ventura fazia convocações nas redes sociais para atrair apoiadores e arrecadar doações. Em postagens, exaltava o movimento com discursos patrióticos e religiosos, afirmando que “lutar pelo que acreditamos é a coisa mais honrada que podemos fazer”.
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