Fafá de Belém canta com Caetano Veloso em ato contra anistia em Copacabana
Paraense foi apresentada como 'musa das Diretas Já' e discursou sobre a força do povo antes de cantar 'Vermelho' e 'Emoriô' neste domingo (14)
Convocado pelo cantor e compositor Caetano Veloso, um ato musical e político ocupou a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (14). O protesto, organizado contra o projeto de lei que propõe anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reuniu diversos nomes da Música Popular Brasileira (MPB), entre eles a cantora paraense Fafá de Belém.
O evento, denominado "Ato Musical 2: O Retorno", ocorre como desdobramento de uma mobilização iniciada em setembro e contou também com discursos de parlamentares e atores.
Referência ao período militar
A participação de Fafá de Belém foi introduzida pelo ator e humorista Paulo Vieira, que a apresentou ao público como a "musa das Diretas Já", em referência ao papel da artista na campanha pela redemocratização na década de 1980. Antes de iniciar a apresentação musical, Fafá fez um breve discurso relacionando o cenário político atual com o passado.
"Não dá para ficar como está. Mas há 40 anos atrás, nós derrubamos o regime militar. A força do povo é o próprio povo e a gente não vai deixar passar barato agora", afirmou a cantora.
Na sequência, Fafá interpretou a canção "Vermelho". Logo após, convidou Caetano Veloso para retornar ao palco. Juntos, os artistas cantaram "Emoriô".
Artistas e políticos se revezam no palco
Caetano Veloso iniciou as apresentações vestindo camisa verde e calça amarela. Ao se dirigir à plateia, o cantor pediu "pelo Brasil com respeito", o que foi respondido pelos manifestantes com gritos de "sem anistia". O repertório incluiu "Alegria, Alegria", "Gente", "Vaca Profana" e "Podres Poderes".
Além das atrações musicais, a atriz Fernanda Torres realizou um discurso focado na preservação ambiental e na defesa das instituições. "Nós ainda estamos aqui pelas florestas brasileiras, pelos direitos da mulheres, pela democracia. Nós ainda estamos aqui para acordar o Congresso. Eles não podem trabalhar para si mesmos", disse Torres.
O ato contou ainda com a presença de políticos como Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Marcelo Freixo (PT-RJ), que discursaram antes do início dos shows. Em São Paulo, manifestantes também se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, em apoio à pauta.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA