Heleno estava afastado do governo e não estava envolvido em trama golpista, defende advogado

Advogado argumenta que presença em live de Bolsonaro não indica apoio a ataques às urnas e que influência do general havia diminuído no governo.

Jéssica Nascimento
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No segundo dia do julgamento que apura a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados em uma tentativa de golpe de Estado, a defesa do general Augusto Heleno afirmou que ele já estava afastado das decisões do governo e, por isso, não pode ser responsabilizado pelos atos investigados.

Durante sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Matheus Milanez rebateu a tese da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta a presença de Heleno em uma live de Bolsonaro — na qual o ex-presidente atacou o sistema eleitoral — como sinal de apoio aos discursos golpistas. Segundo Milanez, Heleno apenas participou da transmissão visualmente, sem fazer declarações, e, portanto, não pode ser acusado por omissão ou anuência com o conteúdo.

Como argumento adicional, Milanez citou um trecho de uma agenda pessoal de Heleno apreendida nas investigações, no qual o general registrou ter aconselhado Bolsonaro a se vacinar contra a Covid-19. Para o advogado, isso mostra que Heleno não era, como a acusação afirma, um influenciador direto das ações do ex-presidente.

Milanez também sustentou que, com a crescente aproximação de Bolsonaro com os partidos de centro no Congresso, o general teria perdido influência no governo.

“Esse afastamento político demonstra que ele não teve qualquer participação na suposta trama golpista”, afirmou.

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Julgamento segue com sustentações das defesas

O julgamento foi retomado às 9h desta quarta-feira (3/9), com as sustentações orais das defesas de Jair Bolsonaro e de outros três réus. O ex-presidente, no entanto, não acompanhou a sessão presencialmente. Segundo seu advogado, Celso Vilardi, Bolsonaro está bem, mas não compareceu por motivos de saúde.

No primeiro dia de julgamento, o destaque foi a fala do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu a soberania nacional e reforçou o papel das instituições democráticas. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsabilizou os réus por arquitetarem e executarem um plano para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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