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Em SP, Helder Barbalho diz que países desenvolvidos devem contribuir para preservação da floresta

Ele defendeu a necessidade de mudanças na lógica da cobrança internacional em relação ao Brasil

O Liberal
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O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu, nesta quarta-feira (20), durante a 26ª Conferência Anual Santander, em São Paulo (SP), que os países do Norte Global (economias avançadas e a maioria localizadas no hemisfério norte) contribuam financeiramente para a preservação da Amazônia por meio de mecanismos de pagamento por serviços ambientais.

Helder apresentou os avanços do governo estadual na preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, e destacou a transformação do Pará em referência de desenvolvimento sustentável.

Ele participou do painel “Governança, Liderança e Desenvolvimento Econômico”, e destacou a necessidade de mudanças na lógica da cobrança internacional em relação ao Brasil.

‘Brasil quer seguir protagonista de sua história’, diz governador 

“Nosso país precisa se apropriar dessa oportunidade, para que não venham os países do Norte Global apontar o dedo ao Brasil e dizer: ‘vocês não podem se desenvolver porque têm a missão de ser apenas um santuário para o planeta’. Nós temos um agro produtivo, potente e sustentável", disse o governador.

Ele acrescentou: “Podemos seguir avançando na agenda de renovação energética, mas eles também precisam pagar por serviços ambientais, para preservar a floresta. Não é possível que eles queiram a Amazônia intocada sem pagar um centavo, transferindo ao povo brasileiro o sacrifício social que representa não produzir”, disse.

Ao lado dos governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Romeu Zema (Minas Gerais), sob moderação de Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, Helder Barbalho também reforçou que a preservação da floresta precisa estar associada à melhoria da qualidade de vida de quem vive na região.

“Eles olham para a copa das árvores e não lembram que abaixo dela vivem 29 milhões de brasileiros que precisam ter acesso à educação, saúde e saneamento. O Brasil quer continuar protagonista no agro e nas energias limpas. Nós queremos preservar a Amazônia e os demais biomas, mas os países desenvolvidos precisam financiar esse esforço para que haja justiça climática conjugada com justiça social.”

‘COP 30 traz o debate ambiental global para a Amazônia’, afirma Helder

O governador do Pará enfatizou ainda a relevância da realização da conferência climática na Amazônia, ressaltando o simbolismo de trazer o debate para o território. “A COP será em Belém, será no Pará, na Amazônia, mas acima de tudo é uma oportunidade para o Brasil liderar esta agenda. Não é uma questão ideológica, de esquerda ou de direita. A agenda ambiental é transversal".

"O impacto climático não escolhe campo político. O simbolismo de realizar a conferência na Amazônia é extraordinário, porque é aqui que o mundo precisa dialogar para construir um amanhã sustentável”, afirmou.

Helder Barbalho reforçou que Belém recebe, neste momento, o maior volume de investimentos da sua história, com foco em infraestrutura, mobilidade e hospitalidade.

“Nós estamos no maior nível de investimentos públicos da história da cidade: R$ 5 bilhões. É o maior pacote de macrodrenagem, abastecimento de água e saneamento, além da urbanização de mais de 600 ruas na periferia de Belém. São parques urbanos inéditos no Brasil em qualidade e envergadura. Também recebemos novos hotéis e o turismo já é realidade, com crescimento de 15% de visitantes de 2024 para 2025", destacou.

“Conseguimos ampliar significativamente a capacidade de hospedagem da cidade, assegurando condições adequadas para receber a COP30. O desafio agora é conter abusos nos preços e garantir que essa rede respeite as regras de mercado, evitando abusos nos preços e assegurando equilíbrio para todos.”

Legado sustentável - O governador lembrou que o Pará foi escolhido como sede da COP30 graças a avanços estruturantes desde 2019. “O Estado, que antes era visto como vilão ambiental, hoje se apresenta como solução. Temos rastreabilidade da produção rural, políticas estaduais de uso do solo e de mudanças climáticas, concessões de restauro e incentivo à bioeconomia. Além disso, lideramos a agenda de mercado de carbono, transformando o Pará em protagonista de um novo modelo de desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Helder fez um chamado à mobilização nacional: “Abracem a COP em Belém, a COP na Amazônia. O sucesso da conferência será do meio ambiente e também do Brasil, que terá a chance de liderar a agenda da sustentabilidade com soluções baseadas na natureza, valorizando povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas e produtores. Nós temos a floresta amazônica e a riqueza do povo brasileiro”, concluiu.

Conferência Anual Santander - A 26ª Conferência Anual Santander, de terça-feira (19) a esta quarta-feira (20), em São Paulo (SP), reuniu CEOs das principais empresas do país, investidores nacionais e estrangeiros e representantes do setor público. A programação contou com painéis sobre desenvolvimento sustentável, tendências em seguros, logística e infraestrutura, inteligência artificial e o papel do Brasil no cenário global.

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