Derrite muda relatório do PL antifacção, mas continua desagradando o governo e a PF
O novo relatório prevê que a Polícia Federal poderá participar das investigações em caráter 'integrativo, cooperativo' com a polícia estadual
O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), relator do Projeto de Lei Antifacção do governo Lula (PT), fez mudanças pontuais em seu relatório na noite de segunda-feira (10).
Apesar das alterações, o texto continua desagradando o governo e gerando preocupação na Polícia Federal (PF) devido a restrições no papel da corporação.
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O novo relatório prevê que a Polícia Federal poderá participar das investigações em caráter 'integrativo, cooperativo' com a polícia estadual, sempre que a matéria for de sua competência constitucional ou legal.
A atuação da PF pode ocorrer por solicitação do delegado de polícia estadual ou do Ministério Público estadual. Também é possível por iniciativa própria da corporação, mediante comunicação às autoridades estaduais.
Principais Pontos do Projeto Antifacção
O novo relatório mantém os eixos centrais da proposta:
- Aprimoramento das tipificações penais, equiparando o domínio territorial e ataques a serviços públicos ao terrorismo.
- Agravamento das penas, com previsão de 20 a 40 anos para delitos graves.
- Fortalecimento da execução penal.
- Isolamento de líderes em presídios federais.
Para o deputado Guilherme Derrite, seu parecer representa uma resposta efetiva e resolutiva para os problemas enfrentados pela população.
Ele afirma que o projeto combate as ações de membros e lideranças das organizações criminosas.
Restrições e Preocupação da Polícia Federal
A Polícia Federal divulgou uma nota após o novo parecer de Derrite, expressando preocupação com o papel da instituição no combate ao crime organizado.
A corporação entende que o texto condiciona sua atuação à autorização prévia estadual. A PF afirma que há 'risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado'.
A alteração do papel da PF no novo parecer de Derrite o colocou novamente no alvo das críticas dos governistas.
"As alterações não mudam coisa alguma: ele continua atacando a Polícia Federal, tentando transformar um instrumento de Estado em refém de interesses políticos", afirmou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
Farias acrescentou que "é um texto feito para domesticar a PF e isso é inegociável".
O parlamentar questionou a necessidade de a PF avisar antes de agir por iniciativa própria, como se pedisse autorização, e perguntou: "Estão com medo de uma operação surpresa?".
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