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Três pessoas acusadas de desviar mais de R$1 milhão de companhia elétrica no Pará são presas

Redação Integrada

Três pessoas acusadas de aplicar um golpe milionário a uma empresa que faz distribuição de energia elétrica no Pará e no Maranhão foram presas pela Polícia Civil, por meio da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC). O trio deverá responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento, estelionato e invasão de dispositivo informático com o objetivo de obter prejuízo econômico. O golpe foi avaliado em R$ 1.200.000,00.

A primeira fase da ação foi deflagrada no litoral paulista, em São Paulo, para onde os agentes se deslocaram para efetuar buscas nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. O primeiro alvo da operação foi localizado em uma escola, na cidade de Santos. No momento da prisão, o homem dava aula em uma escola particular. Para não causar constrangimento, os agentes contaram com a ajuda do corpo docente da instituição, que se prontificou a colaborar. Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa do acusado, que é apontado como responsável pela invasão no sistema da Companhia.

No local, foram encontrados documentos, dispositivos de armazenamento, celulares, chips e um notebook, que estava com a câmera coberta com um adesivo, o que chamou a atenção dos polícias. Todo o material apreendido será levado para Belém, onde passará por perícia.

Ja cidade do Guarujá, duas irmãs foram presas quando saiam de um prédio, na área nobre da cidade. "Nós identificamos que elas utilizavam os valores desviados, em benefício próprio. Ostentavam na internet viagens, carros, joias e itens de luxo. Isso não condizia com o que foi declarado pelas mesmas, à Receita Federal", disse o delegado Guilherme Gonçalves, titular da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais praticados por Meios Cibernéticos, ligada ao DECCC.

Uma delas, tem vasto histórico de golpes no setor imobiliário da região, bem como passagem pela polícia pelo crime de estelionato. As duas são apontadas como as autoras intelectuais do esquema. As investigações mostram que, antes da invasão no sistema, as irmãs alteraram a razão social de uma empresa a qual eram donas. Além disso, outras firmas foram criadas para dar veracidade ao golpe. De forma premeditada, os nomes das sociedades, são semelhantes ao utilizado pela companhia de energia. Isso facilitou a abertura de um cadastro em uma terceira companhia, que foi utilizada como laranja na emissão dos boletos falsos. Além disso, as entidades estavam cadastradas em sedes fantasmas. Mesmo agindo nos mínimos detalhes, os policiais civis, da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais praticados por Meios Cibernéticos, conseguiram desmontar o esquema, assim como identificar e prender os autores do crime. 

Mandados de Buscas e Apreensão também foram cumpridos nas residências das irmãs. Celulares, documentos, computadores e folhas de cheques foram recolhidos. 

Todos os acusados foram levados para o Palácio da Polícia Civil de Santos. Após oitivas, foram encaminhados para o sistema penitenciário paulista, onde permanecem presos à disposição da justiça. Em São Paulo, a operação “Energos”, teve apoio integral da Polícia Civil local, onde foi possível a utilização do espaço físico e na condução dos presos. 

Investigações

As investigações apontaram que, no primeiro semestre de 2020, hackers invadiram a recém lançada plataforma digital da companhia elétrica e tiveram acesso aos dados cadastrais dos usuários. Os criminosos alteravam o e-mail cadastrado para o recebimento da fatura mensal, colocando um endereço eletrônico falso, criado pelo grupo criminoso. Assim, quando a fatura verdadeira era encaminhada ao e-mail, os acusados mudavam o código de barra, e reenviavam a fatura, desta vez para o e-mail verdadeiro do cliente. 

Sem saber do esquema, consumidores efetuavam o pagamento, que tinha como destino a conta de pessoas utilizadas como "laranjas", e acabavam tendo o fornecimento de energia interrompido tempos depois, já que não havia conta paga de forma efetiva.

O delegado-Geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, acompanhou as investigações e o desenrolar das prisões de perto. "Para a nossa instituição, foi uma questão de honra colocar atrás das grades essas pessoas, que acabaram lesando financeiramente os paraenses, já que o prejuízo, dado por esse golpe, é repassado a todos os consumidores por meio da fatura. De forma contundente, a Polícia Civil vem mostrando que nenhum tipo de crime será aceito em nosso Estado, seja ele praticado aqui ou em outros locais, por meio da internet", enfatizou Resende

As investigações continuam para identificar outros integrantes da quadrilha.

Polícia