Serial killer brasileira: jovem é suspeita de matar 4 pessoas; entenda o caso
Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, é estudante de Direito e está presa, acusada de envenenamentos em São Paulo e no Rio de Janeiro

A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, é suspeita de matar, pelo menos, quatro pessoas envenenadas. Os crimes teriam acontecido em São Paulo, na cidade de Guarulhos e na capital paulista, e no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias. A mulher está presa, assim como a irmã gêmea e a filha de uma das vítimas.
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Ana Paula é acusada pelo Ministério Publico (MP) e foi presa preventivamente, se tornando ré. Os crimes teriam acontecido entre janeiro e maio de 2025. As vítimas seriam Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres.
A Promotoria, no momento, aguarda o resultado de exames da perícia para definir o tipo de veneno utilizado. Dos quatro mortos, pelo menos três terão os corpos exumados para serem avaliados. Segundo o MP, Ana Paula pode ter contado com a ajuda da irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, e de Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, filha de Neil. As mulheres são investigadas pela Polícia Civil (PC). Os promotores Rodrigo Merli Antunes e Vania Caceres Stefanoni declaram a acusada uma assassina em série (serial killer).
Bolo envenenado e primeira prisão
Ana Paula Veloso Fernandes foi presa, pela primeira vez, em 9 de julho de 2025, ao confessar à polícia que tentou envenenar colegas da turma. Para o crime, ela usou um bolo e alegou, segundo os agentes, que queria se vingar e incriminar a esposa de um policial militar. A acusada mantinha uma relação extraconjugal com ele.
“Ela foi até a nossa delegacia por conta de um evento de um suposto bolo envenenado dentro de uma faculdade. Ela colocou esse bolo envenenado supostamente para tentar incriminar uma terceira pessoa. Através desse inquérito, a gente chegou à conclusão que Ana Paula Veloso não era vítima nesse caso, mas sim uma 'serial killer’”, falou o delegado Halisson Ideiao Leite, do 1º Distrito Policial (DP) de Guarulhos.
Ana Paula se passou por outra pessoa e escreveu um bilhete aos colegas. “Para a turma de Direito 4D, um ótimo feriadão! Um bolo para adoçar a manhã de vocês”, dizia. Porém, segundo o delegado, ninguém comeu o bolo.
Nesse momento, Ana Paula não era investigada pelas mortes de Hari, Maria Aparecida, Neil e Hayder. No dia 4 de setembro, a Justiça determinou a prisão preventiva pelos assassinatos.
Vítimas em São Paulo e no Rio de Janeiro
Marcelo Hari Fonseca, de Guarulhos, é a primeira vítima de Ana Paula. O homem era dono de um imóvel alugado pela suspeita. Morto em 31 de janeiro, o corpo dele foi encontrado em estado avançado de putrefação.
Ana Paula e a irmã, Roberta, moravam nos fundos da casa de Marcelo. Elas acionaram a Polícia Militar (PM) e o caso chegou a ser investigado pela Polícia Civil (PC), mas foi arquivado, no dia 5 de maio, por falta de provas.
Na mesma cidade, a estudante de Direito também teria envenenado Maria Aparecida Rodrigues, uma amiga. Ana Paula e Roberta receberam a mulher em casa e serviram café e bolo. Ao chegar na residência dela, Maria passou mal e morreu no dia 11 de abril. A filha da vítima alega que Ana Paula se apresentou com um outro nome.
Semanas depois, no dia 26 de abril, Neil Corrêa da Silva foi vítima de Ana Paula, no Rio de Janeiro. Aposentado, o morador de Duque de Caxias foi morto por ela e Michelle Paiva da Silva, filha dele e ex-colega de turma da serial killer. O idoso de 65 anos morreu após comer uma feijoada feita por Ana Paula, que recebeu R$ 4 mil pelo crime.
Nos testes de veneno, pelo menos 10 cães morreram. Em conversas no WhatsApp entre Ana Paula e Michelle, elas usavam a sigla TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) para se referirem ao pagamento. Segundo a polícia, a filha e Neil tinham muitos desentendimentos.
A quarta vítima da serial killer seria Hayder Mhazres, natural da Tunísia. O jovem de 21 anos morava na capital paulista e era namorado de Ana Paula. Hayder teria tomado um milkshake dado pela então namorada e passado mal no apartamento em que vivia. Ana Paula estaria com ele no momento.
O corpo do rapaz não passou por perícia, pois foi levado diretamente ao país de origem. A investigação, entretanto, aponta que ele também foi envenenado. A família de Hayder conta que Ana Paula alegou estar grávida e entrou em contato para pedir dinheiro, mas tudo indica que a gestação era uma mentira.
“Na verdade, ela matou quatro pessoas envenenadas, entre elas está o Neil, que, a mando da própria filha, que pagou e financiou a vinda da Ana Paula de Guarulhos até o Rio de Janeiro para executar o próprio pai”, afirmou o delegado Halisson.
Motivação dos crimes
Segundo o Ministério Público (MP), Ana Paula Veloso Fernandes teve interesse em bens e dinheiro como motivação dos crimes. Michelle Paiva da Silva, filha de Neil Corrêa da Silva, teria contratado a acusada por não se dar bem com o pai. Ana Paula e Michelle estudaram juntas em uma faculdade de Duque de Caxias, antes da serial killer seguir para Guarulhos.
Veneno utilizado
As vítimas de Ana Paula morreram com edemas nos pulmões e outros sinais característicos de envenenamento. O Ministério Público, no momento, aguarda os resultados dos exames periciais da Polícia Técnico-Científica para afirmar qual veneno foi utilizado.
A suspeita é que o “chumbinho”, substância exterminadora de ratos, tenha sido usado. A análise é feita com exumação dos corpos, exceto o de Hayder, pois seguiu e foi enterrado na Tunísia.
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