Será julgado nesta terça-feira trio que mandou matar jovem suspeito de abusar de criança
Os pais da criança teriam ficado revoltados ao saber que, por ser menor, o jovem não poderia ser preso e contrataram assassinos de aluguel

Na próxima terça-feira (7) irá ocorrer o julgamento de Adriane Santos Tavares, Antonio Paulo Moraes dos Santos e Zedequias da Silva da Silva, suspeitos de serem os mandantes da morte do adolescente Mizael Silva Gomes, de 16 anos, em abril de 2019. A audiência irá ocorrer na sala do Júri do Fórum Criminal de Belém, às 8h. A expectativa é ouvir algumas testemunhas chaves para o caso, entre eles os familiares do jovem assassinado.
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Na época do crime, o adolescente foi morto a tiros por dois homens que invadiram a residência do jovem, localizada no bairro da Pratinha II, em Belém. Depois do homicídio, os dois fugiram do local em duas motos.
Relembre o caso
De acordo com os familiares de Mizael, o assassinato do jovem estaria relacionado ao fato do adolescente ter sido acusado de abusar sexualmente da filha de Adriane e Zedequias, uma criança que tinha sete anos, em 2019. O caso teria acontecido no interior do banheiro de uma igreja evangélica. Conforme os relatos, o adolescente teria obrigado a criança a manter relações sexuais com ele.
Os familiares de Mizael tomaram conhecimento da denúncia por parte dos pais da criança, que relataram ter procurado os órgãos oficiais para denunciar o ato infracional. A criança passou por exames periciais no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e foi encaminhada para atendimento psicológico.
Assassinos de aluguel
Nas investigações consta que quando Adriane e Zedequias souberam que Mizael, por ser menor de idade, não ficaria preso pelo abuso sexual, resolveram planejar a morte do adolescente. A trama do crime ocorreu em parceria com Antonio Paulo, que é o atual companheiro da mãe da criança. Assim, os três teriam contratado duas pessoas para matar Mizael, de modo a fazer “justiça com as próprias mãos”.
Após a morte do adolescente, uma guarnição da Polícia Militar que fazia rondas pela área foi informada sobre o local onde os supostos mandantes do crime estariam escondidos. Os suspeitos foram detidos e conduzidos até a Divisão de Homicídios, no bairro de São Brás, em Belém, para serem ouvidos. Com a confirmação do envolvimento dos três no assassinato do menor, eles foram autuados em flagrante por homicídio.
Adriane, Antônio e Zedequias tiveram as prisões em flagrante mantidas pela Justiça e convertidas em prisão preventiva. Contudo, Adriane teve a prisão preventiva substituída por prisão domiciliar devido ao princípio da proteção integral de criança, uma vez que a filha dela tinha apenas sete anos e precisava da mãe. Zedequias também foi solto, em 2019, pois precisava trabalhar para pagar a pensão alimentícia da filha. O padrasto da criança, Zedequias, também foi posto em liberdade pouco tempo depois.
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