Roubos de rua caem quase 73% no Pará em um ano
Celulares continuam sendo os itens preferidos dos criminosos. Saiba como colocar o aparelho no radar da Polícia.
Os índices de roubo de rua, aqueles contra transeuntes, caíram quase 73% no Pará. Os números foram levantados pela Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (SIAC), ligada à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), e repassados à reportagem pelo diretor de Polícia Metropolitana da Polícia Civil, delegado Daniel Castro. Em números totais, foram 5.361 ocorrências deste tipo em 2018, 4.513 em 2019, 3.795 no ano de 2020 e 1.028 em 2021. Em quatro anos, os índices caíram 80,82% em todo território paraense.
Ainda conforme o levantamento, os roubos no Pará, de qualquer tipo, diminuíram, segundo aponta a série história da Segup. Foram 6.311 em 2018, 5.420 em 2019, 4.661 em 2020 e, até o momento, 4.227 em 2021. Uma queda de 9,31% em um ano e 33% em quatro anos.
Para o diretor de Polícia Metropolitana da Polícia Civil, delegado Daniel Castro, a redução expressiva de roubos a transeuntes - mesmo em um ano em que as medidas de isolamento para prevenção à covid-19 tenham afrouxado - é algo a se comemorar. O natural seria que neste ano tivéssemos mais ocorrências do que em 2020, por conta do lockdown, mas mesmo assim conseguimos fazer essa redução", avalia.
O delegado destaca ainda que vários fatores contribuíram para a diminuição de roubos em todo o Pará. "Nós temos que atribuir às ações de polícia, sejam elas preventivas, com a Polícia Militar, sejam elas repressivas, com a Polícia Civil. Nós estamos, desde 2019, com uma sequência de prisões corriqueiras na Região Metropolitana de Belém", enfatiza.
Ainda segundo Castro, diversas operações realizadas pela Polícia Civil de forma frequente têm grande impacto no mundo do crime. "A gente recolheu muita gente presa e isso acaba impactando, com certeza, nessa diminuição. "Essas operações rotineiras da Polícia Civil para prender pessoas com mandado de prisão em aberto ou foragidos com certeza acabam impactando com essa diminuição. A última que fizemos essa semana foi na Sacramenta, em que movimentamos todas as forças da PC, da PM e também da Guarda Civil. E quando a polícia está na rua, isso tem impacto no mundo do crime", avalia.
Entre as ações de destaque neste ano, o delegado citou ainda a operação "Voleur", que ocorreu simultaneamente em todo o território nacional em novembro deste ano e durou dez dias. Na ocasião, foram cumpridos 92 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão no Pará. Também foram apreendidos 79 aparelhos celulares, 25 veículos, 25 armas de fogo e 296 munições.
Celulares são os maiores alvos
Os smartphones lideram a lista de interesse dos bandidos, segundo aponta o delegado Castro. Entretanto, o diretor da PC ressalta que este tipo de crime só continua ocorrendo porque há um mercado para isso. Ou seja, há consumidores que mesmo sabendo da procedência do produto, ainda o adquirem pelo preço mais baixo do que o usual.
"As operações também diminuem esse roubo a transeunte porque a PC está adotando a recuperação de telefones roubados. O ladrão só rouba porque tem pra quem vender. Estamos começando a responsabilizar também os receptadores, que têm que responder processo, pagar fiança. Isso acaba inibindo esse tipo de roubo", pontua.
Denunciar é fundamental
Registrar boletins de ocorrências relatando os roubos continua sendo essencial para facilitar o trabalho da Polícia. No caso de itens roubados, Castro ressalta que apenas com o B.O é possível que a devolução dos objetos ocorra, caso eles sejam recuperados em algum trabalho policial. "O registro é imprescindível para a recuperação. Às vezes, recuperamos um celular em uma operação, e quando vamos mais a fundo, encontramos outros, mas se esses telefones não tiverem um registro, a gente não consegue devolver", pontua.
Além disso, o registro também possibilita que seja feito um levantamento das áreas de maior incidência deste tipo de crime, o que indica futuras ações repressivas da PC. "O registro também impulsiona o georreferenciamento dos locais de maior incidência criminal. Por exemplo, se tiver registro no bairro de Nazaré, a ação é direcionada para esse local, para onde chamamos de mapa de calor, a chama criminal", explica.
Boletins de ocorrência sobre casos de roubo podem ser denunciados em qualquer unidade policial e também na Delegacia Virtual. Há, ainda, uma ferramenta específica para indicar celulares roubados e facilitar a recuperação, disponível aqui.
Passo-a-passo para colocar um celular roubado no radar da Polícia:
1- Acesse o site Alerta Celular.
2- Preencha o cadastro com o CPF e email
3- Acesse o menu para cadastrar o dispositivo
4- Indique o modelo do smartphone, marca e o número de série do aparelho]
5- Se o seu dispositivo for Android, vá em "Configurar > Sobre o telefone > Status" e procure por "Número de série", caso seja iOS, vá em "Ajustes > Geral > Sobre" e procure por "Número de série"
6- Depois, indique o IMEI, operadora e telefone.
7- Pronto! O cadastro facilita a devolução do aparelho, caso ele seja recuperado pela Polícia.
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