Promotoria militar vai investigar caso de PMs transportando familiares e compras em viatura
Os PMs foram presos e a esposa de um deles reclama, em vídeo, sobre punição contra "favor" e "socorro" prestado
Três policiais militares foram presos após um deles ter sido flagrado transportando duas mulheres civis e compras na viatura em que estavam de serviço, em Belém. O vídeo começou a correr as redes sociais, o que resultou na punição aos policiais por infração cometida contra a legislação específica da corporação. O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, instaurou um inquérito para investigar o caso.
O caso ocorreu nesta quarta-feira (3). Alguém que estava perto filmou o momento em que um dos policiais colocava as compras no compartimento de carga e embarcava a esposa e a irmã dele na viatura. Por mais que o policial tivesse boas intenções e seja um marido e irmão exemplar, a legislação militar o impede de fazer algo desse tipo por várias razões. Entre elas, a segurança dos civis transportados e a impossibilidade de agir de forma padrão em caso de emergência, como destaca o promotor.
"É proibido pela legislação militar. Já pensou se surge uma ocorrência de urgência e essa viatura é chamada com duas jovens civis dentro? Já imaginou uma troca de tiros com elas dentro da viatura? Olha o problema e o risco!", observou Armando Brasil, que mesmo com a prisão do militar, vai dar início à investigação completa do caso. Os outros policiais foram punidos por não terem feito nada para evitar o uso indevido de um recurso de segurança pública.
Em vídeos e textos, nas redes sociais, a esposa do militar critica o fato do marido ter sido filmado e alega que era um socorro após ela ter passado mal no caminho de volta para casa, após as compras. Aparentemente, ela não dá sinais, no vídeo, de que está passando mal. A mulher ainda critica o fato do caso ter sido filmado e pediu punição ao autor do vídeo.
Porém, o promotor de Justiça Militar reforça que quem gravou a cena não cometeu nenhum ato ilícito. É direito e dever da sociedade fiscalizar o funcionamento das instituições públicas, o que inclui as polícias. Os autos das prisões em flagrante serão usados na audiência de custódia e então o caso segue para o Ministério Público Militar.
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