Paraense e casal carioca presos por tentarem adotar bebê ilegalmente tem prisão preventiva decretada
O caso ocorreu na semana passada e entre os presos está a própria mãe da criança

A paraense e o casal do Rio de Janeiro detidos na semana passada em Conceição do Araguaia, sudeste do Pará, por suspeita de tráfico de pessoas com fins de adoção ilegal, tiveram a prisão convertida em preventiva na última sexta-feira (4/7). O trio foi capturado pela Polícia Civil na quinta-feira (3/7), após uma denúncia anônima sobre a suposta venda de um bebê de dois meses. Entre os presos está a própria mãe da criança.
Segundo o delegado Hyago Carvalho, o casal carioca desembarcou na cidade por volta das 5h e já tinha passagem de volta marcada para as 13h do mesmo dia. O curto período de estadia levantou suspeitas de que a viagem teria como objetivo apenas a adoção ilegal.
“Ficamos na rodoviária esperando o ônibus. Até então, não sabíamos quem era a mãe. Depois vimos os três se encontrando em um hotel e seguindo até um cartório”, relatou o delegado.
No cartório, os suspeitos tentaram formalizar a adoção com documentos fraudulentos, como uma autorização de viagem e uma procuração assinadas em nome de uma terceira mulher, supostamente com o consentimento da mãe biológica.
“A família da mãe não sabia de nada, o que aumentou ainda mais a suspeita. Eles tentariam enganar a empresa de ônibus para liberar passagens para a criança, facilitando a saída do bebê do estado de forma ilegal”, explicou Carvalho.
Os três foram presos em flagrante e o bebê foi encaminhado ao Conselho Tutelar, onde recebeu atendimento especializado. A Polícia Civil investiga o caso sob sigilo. O delegado afirmou que o grupo tentou “transportar mediante fraude a criança para fins de adoção ilegal”. A pena pode chegar a oito anos de prisão, com aumento de até metade da sentença por se tratar de crime contra criança.
Durante as apurações, os investigadores encontraram um grupo em rede social com indícios de envolvimento em esquema de venda ilegal de crianças, incluindo orientações sobre falsificação de documentos como atestados de vida e de óbito.
“Vamos apurar se houve pagamento no caso específico, embora isso não descaracterize o crime. Também investigamos se houve adoções ilegais anteriores”, afirmou Carvalho. O avô do bebê já entrou com pedido de guarda na Justiça. Os três suspeitos foram transferidos para o presídio.
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