Mulher está em prisão domiciliar e PM em preventiva após suspeita de compra de criança no Marajó
A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na tarde de quinta-feira (4)
O policial militar do estado de Goiás, detido em Portel sob suspeita de tentar comprar uma criança, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A companheira dele, também envolvida no caso, recebeu determinação para cumprir prisão domiciliar. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada na tarde de quinta-feira (4). O policial deve ser encaminhado para Belém, enquanto a mulher deve retornar ao estado de Goiás para cumprir a medida.
O Ministério Público explicou que a concessão da prisão domiciliar ocorreu porque a investigada é mãe de uma criança pequena, o que motivou o juiz a permitir que ela continuasse responsável pelos cuidados do filho. Já o policial, por ocupar cargo público e pela gravidade das suspeitas, permanecerá detido. O MPPA destacou que as decisões visam garantir a proteção da comunidade de Portel.
Afastamento
A Polícia Militar de Goiás confirmou em nota enviada à imprensa que o agente preso em flagrante na terça-feira (2), no Marajó, já estava afastado de suas funções desde o fim de novembro. A corporação declarou que acompanha o caso por meio da Corregedoria e que colaborará com todas as determinações judiciais. Reforçou ainda que não tolera desvios de conduta e que abrirá procedimentos administrativos para apurar responsabilidades. A companheira do militar também foi detida.
O caso
As prisões aconteceram após denúncias recebidas pela Delegacia de Portel, que apontavam que o casal estaria buscando adquirir uma criança de forma ilegal. A Polícia Civil relatou que havia informações de que os suspeitos já tinham tentado cometer o crime em Melgaço, sem sucesso. Posteriormente, teriam feito nova abordagem em Portel oferecendo grande quantia em dinheiro a um morador da cidade.
A investigação revelou que os agentes passaram a atuar de forma discreta para acompanhar os movimentos do casal. Quando os dois confirmaram verbalmente o valor que pretendiam pagar, a equipe policial efetuou a prisão em flagrante. O homem se identificou como policial militar de Goiás e portava uma arma de fogo. Ele, a companheira e o filho dela estavam hospedados em um hotel no centro da cidade, local onde ocorreu a oferta.
Durante a abordagem, houve necessidade de apoio da Polícia Militar do Pará, já que o suspeito, segundo os investigadores, não obedecia às ordens de rendição. Além da arma, foram apreendidos itens de uso infantil, três celulares e certidões de nascimento de recém-nascidos de outros estados, o que levantou mais suspeitas sobre o possível alcance da atuação do casal. O filho da investigada, de oito anos, foi entregue ao Conselho Tutelar para os procedimentos necessários.
As apurações seguem em andamento, e a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de o casal supostamente ter envolvimento em situações semelhantes em outras localidades ou até mesmo de integrar uma rede de tráfico de pessoas. As autoridades reforçaram que novas denúncias e testemunhos seguem sendo analisados.
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