Investigação apura envolvimento de policiais militares em chacinas na Região Metropolitana

Uma ação do Inquérito Policial Militar (IPM) da Corregedoria da PM, instaurado a pedido da Promotoria de Justiça Militar, cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (27) em endereços de seis policiais do 6° Batalhão da PM, localizado em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. A investigação do Ministério Público do Pará (MPPA) apura se há envolvimento dos agentes em mortes ocorridas em um final de semana com vários casos de homicídio em diversos pontos da Grande Belém.

Segundo o MPPA, no total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão de celulares, armas, munições e documentos de seis PMs em razão da série de onze execuções ocorridas nos dias sete e oito de dezembro. Dentre elas está um caso onde munições de pistola calibre .40 milímetros teriam sido recolhidas por uma guarnição da PM na cena de triplo homicídio. De acordo com o MP, agentes da Força Nacional de Segurança presenciaram essa cena e teriam suspeitado da ação desses policiais militares.

Com as suspeitas da participação de PMs nesses crimes, a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios, está também investigando e acompanhando o caso. O titular da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Marco Antônio Duarte, disse que a Polícia Civil atuou em apoio aos cumprimentos dos mandados nesta sexta, após apoio solicitado na investigação pelo MPPA.

"Após as mortes ocorridas no começo de dezembro, foi montada a Comissão Permanente de Análise dos Crimes de Homicídios. O objetivo da força-tarefa é apurar se essas mortes, que ocorreram no Curuçambá, Jurunas e Reduto, têm ligação. As investigações seguem tanto pela força-tarefa quanto com investigações paralelas e complementares de delegacias regionais", explica o delegado.

No primeiro final de semana de dezembro, duas chacinas, sendo uma na noite do sábado, no bairro do Curuçambá, e outra na tarde de domingo, no Reduto, vitimaram seis pessoas, além de mortes nos bairro do Jurunas e no Aurá.

Os delegados reunidos nesta comissão seguem analisando em conjunto as circunstâncias e principais linhas de investigação dos crimes e encaminhar para a delegacia responsável pela apuração que pode ser a Divisão de Homicídios, através de suas unidades, ou a Diretoria de Polícia Metropolitana. Os casos mais complexos, em que exista a possibilidade da atuação de organizações criminosas, estão sendo encaminhados para a Divisão de Homicídios, que junto ao NIP, terá maior aporte de investigação.

Os casos menos complexos, os quais os autores dos crimes sejam identificados com mais facilidade, estão sendo apurados pela Diretoria de Polícia Metropolitana, através das seccionais.