Incêndio de grandes proporções destroi depósitos na Cidade Velha

Um incêndio de grandes proporções destruiu prédios e atingiu outras edificações na madrugada deste sábado (22), na rua Avertano Rocha com a avenida Dezesseis de Novembro, na Cidade Velha. As chamas que iluminaram a noite foram vistas de diversos pontos de Belém, e mesmo no começo da manhã, mais de oito horas após o começo do fogo, bombeiros ainda trabalhavam no combate às chamas.

O fogo começou por volta das 2h30 da manhã, em um complexo usado como depósito. Segundo o tenente-coronel Valdeci, do Corpo de Bombeiros, 16 viaturas e 64 militares precisaram ser empregados no combate ao fogo. "É um local bem amplo, bem extenso, e o material que era guardado ali ainda é desconhecido, pois somente a perícia deve determinar. O fogo se espalhou por dois depósitos e ainda atingiu, de forma mais leve, parte da loja Rofama e de uma residência, mas nosso trabalho de controle preveniu a propagação", disse o oficial que comandava a operação. 

Não houve registro de feridos no incidente, mas desmoronamentos foram registrados tanto na Avertano Rocha, quanto na avenida, com as fachadas dos prédios desabando na rua. Todas as ruas que rodeiam o local foram interditadas, e o trânsito na Dezesseis de Novembro, importante via de circulação no centro de Belém, foi desviado. 

Trabalhadores da Equatorial Energia também se fizeram presentes, pois a região ficou sem energia elétrica.

O local onde o fogo começou ocupa todo um quarteirão e pertence à antiga Grisólia Materiais de Construção, cuja uma das proprietárias, Sandra Grisólia, ainda mora em uma casa de frente para a travessa Joaquim Távora. A moradora disse que o fogo começou em uma briga entre pessoas em situação de rua, que usam ao local como ponto de encontro e abrigo onde, geralmente, consomem drogas. "Ali na Avertano, tem um prédio que alugamos para depósito para comerciantes chineses. Eles atearam fogo em uma briga em um barraquinho de um deles, e dali, o fogo entrou pro prédio. As pessoas do bar ali perto viram a confusão deles. Depois que os bombeiros chegaram, eles atuaram rápido", disse Sandra, que mora há seis anos na propriedade de sua família. A casa onde ela mora com dois sobrinhos foi parcialmente atingida, e ninguém ficou ferido. 

"Muito triste. Parecia uma bomba, a queda de um avião. Eu tenho 54 anos e nunca vi nada igual. Nossos amigos, herdeiros da loja, perderam tudo aí. Muito triste mesmo, sentir aquele calor, ouvir explosões, desmoronamento, foi horrível", disse Hermínio Melo, advogado morador da Dezesseis de Novembro. Ainda no meio da manhã, era possível ver focos de incêndio no interior dos prédios, e bombeiros faziam tudo que podiam, com usos de escadas e cordas, para chegar onde havia fogo.