Fraudes digitais: Operação prende 25 pessoas em SP e no MT; investigação aponta vítimas no Pará
As fraudes resultaram em um prejuízo superior a R$ 403 mil às vítimas; suspeitos são investigados por aliciamento de crianças e importunação sexual no meio cibernético

A Polícia Civil do Pará deflagrou a operação “Escudo Virtual” nesta terça e quarta-feiras, dias 20 e 21 de maio. As ações resultaram no cumprimento de 25 mandados de prisões que ocorreram nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Sinop, localizadas no estado do Mato Grosso, e em Ribeirão Preto, Birigui e Jaboticabal, no estado de São Paulo.
As prisões são referentes a inquéritos policiais decorrentes das investigações relacionadas às modalidades criminosas de fraudes digitais, crimes contra os direitos individuais praticados em ambiente virtual, aliciamento de crianças e importunação sexual no meio cibernético. Toda a ação foi coordenada pela Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC) e contou com o apoio da Polícias Civis de Mato Grosso (PCMT) e de São Paulo (PCSP).
As fraudes de estelionato resultaram em um prejuízo direto superior a R$ 403 mil às vítimas. “Os criminosos aplicavam dois tipos de golpe distintos. Um deles consiste no chamado ‘Terceiro Intermediário’ em que o criminoso se apresenta como comprador ao legítimo proprietário e, simultaneamente, como vendedor ao interessado na compra", disse o delegado Tobias Rodrigues, da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meio Cibernético (DCCEP).
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Após intermediar a negociação e ganhar a confiança de ambas as partes, ele indica contas bancárias de terceiros para receber os valores. Quando percebiam a fraude, as vítimas não conseguiam mais contato com os estelionatários. "Já no outro golpe, os estelionatários entravam em contato com pessoas, via aplicativo de envio de mensagens, se passando por parentes e pediam que fossem feitas transferências bancárias para contas distintas. Ao todo, o prejuízo das vítimas de ambos os golpes passa de R$ 403 mil reais”, acrescentou.
No momento de fechar o negócio, o proprietário se recusava a fazer a transferência do veículo no cartório por não ter recebido o valor combinado e o comprador ficava no prejuízo. Durante as investigações, as equipes policiais identificaram que os pagamentos eram repassados para várias pessoas e, no mesmo instante, o valor era transferido para o mesmo homem que iniciava a conversa com os proprietários dos carros. Após a quebra de sigilo bancário, foi possível perceber alta movimentação nas contas investigadas.
As investigações revelaram indícios robustos de que os envolvidos integram uma associação criminosa estruturada e dedicada à prática de fraudes eletrônicas. “Todas as nossas vítimas são do estado do Pará, porém o golpe é aplicado em vários estados da federação. Os presos vão responder por lavagem de dinheiro, estelionato e associação criminosa”, detalhou o delegado Tobias Rodrigues.
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