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Feminicídio em Outeiro: vídeo mostra pedreiro arrastando o corpo da companheira

Ocino Terra Pimentel foi preso na manhã da sexta (20), suspeito de matar Janaina Moraes do Nascimento, em Outeiro. O corpo foi encontrado dentro de uma fossa no quintal da casa onde o casal morava

Tay Marquioro

Um vídeo feito durante a execução do crime foi crucial para elucidar a morte de Janaína Moraes do Nascimento, na última quarta-feira (18), no distrito em Outeiro. As imagens chocam e mostram o assassino confesso, Ocino Terra Pimentel, de 49 anos, companheiro da vítima, arrastando o corpo enrolado em um lençol em direção à fossa da casa, onde ele o escondeu. As cenas revelam ainda que, após se livrar do corpo, Ocino se deu o trabalho de limpar toda a residência para eliminar os vestígios do crime. Janaína tinha 20 anos e era mãe dos dois filhos do casal.

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O suspeito negava o crime e dizia que a vítima teria sumido depois de pegar uma carona com um mototaxista. Os peritos criminais constataram que aproximadamente 30 facadas foram desferidas contra a companheira dele

Ocino foi preso na manhã de sexta-feira (20), apontado sob suspeita de ter matado Janaina a facadas na frente dos filhos de 3 e 4 anos. A polícia foi acionada pela mãe da vítima, após o neto mais velho relatar à avó ter visto o pai ferir a mãe utilizando uma faca.


O suspeito foi preso em Cotijuba, na casa da sogra. À priori, Ocino negou a autoria do crime e disse que Janaína havia saído de mototáxi. Desde então, não sabia do paradeiro da jovem. Mas, as informações fornecidas pelo pedreiro despertaram a desconfiança dos policiais, que seguiram em diligência até a casa alugada onde a família vivia há cerca de um ano, no bairro Fidelis, em Outeiro.

As manchas de sangue encontradas em um dos cômodos e uma câmera ajudaram a desvendar o crime. A investigação da Polícia Civil descobriu que Ocino havia desligado a câmera de vigilância, na tentativa de esconder o que havia feito. No entanto, um chip do equipamento permitiu que, mesmo após desligado, a polícia visualizasse as imagens remotamente.

Em conversa com a reportagem de O Liberal, familiares da vítima disseram que Janaína já havia sido agredida pelo companheiro anteriormente e que por várias vezes aconselharam os dois a terminarem o relacionamento. No entanto, eles sempre voltavam. As agressões anteriores resultaram em uma medida protetiva que Janaína tinha contra o companheiro.

“Eles brigavam muito e tinham uma vida bastante conturbada. Os dois se agrediam.  Dávamos muitos conselhos para ela (Janaína), mas, por conta dos filhos, ela sempre voltava com ele. Falávamos para o Ocino se separar dela e procurar outras mulheres. Ele era um homem muito trabalhador e foi quem construiu a minha casa”, contou uma mulher próxima do casal, que preferiu não se identificar.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, que procedeu à remoção do corpo de dentro da fossa onde foi encontrado, o buraco onde a vítima estava tinha, ao menos, dois metros de profundidade. Para o delegado Luís Xavier, da Divisão de Homicídios (DH), Ocino pode ser condenado a até 30 anos de prisão, mas essa sentença pode ser ainda maior, por ele ter matado a vítima na frente dos filhos, além de se tratar um crime hediondo (delito inafiançável e caracterizado por causar repulsa na sociedade). 

Polícia