Entenda o que é o semissubmersível encontrado no Marajó e como ele enviaria drogas à Europa
A embarcação foi localizada em uma comunidade ribeirinha no município de Chaves e estava em fase final de construção
Durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (6), a Marinha do Brasil passou informações detalhadas sobre o semissubmersível apreendido na cidade de Chaves, no Marajó. As autoridades policiais acreditam que a embarcação possa ter ligação com o tráfico internacional de drogas e seria usada para enviar cocaína para a Europa.
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O Capitão de Mar e Guerra Guilherme Barros Moreira, Comandante do Grupamento de Patrulha Naval do Norte, citou como é o semissubmersível localizado. “A embarcação tem aproximadamente de 18 a 20 metros. Em termos de peso, ela possui 25 toneladas”, iniciou.
Conforme o comandante Barros, dentro do semissubmersível a quantidade de entorpecente resulta do número de pessoas que também estarão no transporte. “A quantidade de drogas que pode ser transportada em uma embarcação assim depende de como vai ser o volume do que possa ser colocado no interior. Então pode mudar conforme quem vai armazenar e estar dentro do veículo (se for uma pessoa de estatura grande ou pequena), e também como vai ser distribuída a droga no interior para ter espaço”, explica.
O comandante ainda esclarece o motivo desse tipo de embarcação ser o escolhido para o transporte de drogas. “Essa embarcação, quando se coloca algo mais submerso, a possibilidade de detecção diminui. Quanto mais submersa é uma embarcação, mais dificulta a possibilidade de detecção por aeronave ou também por algum navio. O Brasil, como todo, possui 60.000 km de hidrovias. Então, a Marinha continua realizando patrulhas no mar de forma a colaborar, contribuir e agir com as outras agências para combater crimes transfronteiriços”, afirma o capitão Barros.
Semissubmersível
A Polícia Federal (PF) apreendeu, no dia 31 de maio, uma embarcação semissubmersível na cidade de Chaves, na Ilha de Marajó, no Pará. O veículo seria utilizado para transportar cocaína à Europa. A apreensão foi resultado de uma investigação iniciada após a interceptação de cinco homens em águas portuguesas, no início do ano, que utilizavam uma embarcação semelhante para o transporte de drogas.
Segundo divulgado pela Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 2 de junho, o trabalho de investigação contou com a utilização de tecnologias de Inteligência Artificial, imagens de satélite de alta resolução e aeronaves da FAB equipadas com sensores especiais, que permitiram mapear movimentações fluviais atípicas na Amazônia.
De acordo com a Força Aérea, as aeronaves R-99 identificaram estruturas navais camufladas entre galpões ribeirinhos, durante a missão de reconhecimento aeroespacial, além de padrões logísticos atípicos ao longo de rotas estratégicas nos rios da região. As imagens de sensores, obtidas por plataformas aeroembarcadas e espaciais, subsidiaram a mobilização das Forças de Segurança para a execução da operação.
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