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CRM anuncia 'medidas cabíveis' após médico expulsar mãe e filho autista de consultório em Belém

Um vídeo, que mostra o caso, viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (24) e gerou indignação em internautas

O Liberal
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O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM) informou pelas redes sociais, nesta sexta-feira (24/05), que tomou conhecimento sobre o caso do médico psiquiatra Dennys Ranieri que teria retirado uma mãe e o filho de seis anos dela, com transtorno do espectro autista (TEA), em um consultório durante uma consulta em um prédio comercial, no bairro de Nazaré, em Belém. De acordo com o CRM, eles tomaram conhecimento sobre o caso através da imprensa e devem apurar os fatos do ocorrido

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A conduta do médico e tudo o que ocorreu será investigado em sigilo, segundo informou o CRM devido ao código de processo ético-profissional. No entanto, a repercussão negativa do vídeo continua sendo debatida. Ainda durante a tarde de sexta-feira, Nayara Barbalho, coordenadora de Políticas para o Autismo do Pará, se pronunciou sobre o vídeo e declarou repúdio à atitude.

“Tenho muita dificuldade em falar sobre isso, mas gostaria de compartilhar a minha indignação. Em primeiro lugar, como mãe atípica, essa situação mexe profundamente comigo. Ver um profissional de saúde tratando uma criança autista e sua mãe com tanta falta de empatia e respeito é inaceitável. Isso é uma clara demonstração de falta de profissionalismo e humanidade. Nenhum contexto justifica tratar alguém dessa forma, é horrível pensar que ainda existam profissionais que não compreendem a importância de acolher e cuidar com dignidade”, inicia ela, pelo Instagram. 

Nayara Barbalho ressalta a indignação com o ocorrido e diz esperar que isso não ocorra novamente. “Minha nota de repúdio a essa conduta desumana e a todos os atos que desrespeitam e violentam emocionalmente aqueles que mais precisam de apoio. Precisamos de mais amor e empatia na prática profissional. Se eu tenho que levar o meu filho em um psiquiatra, o que já é difícil, eu espero que ele me acolha, me entenda e ajude a organizar o meu filho de alguma forma. Saiba manejar se o meu filho estiver descontrolado, desorganizado ou agressivo. E não que ele me coloque para fora porque se sentiu agredido por uma criança de seis anos de idade. Espero que isso não ocorra mais”, declara Nayara Barbalho. 

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Unimed

Em nota, a Unimed Belém informou que tomou conhecimento, por meio de Ouvidoria, acerca da conduta adotada em consultório por um dos médicos psiquiatras cooperados da operadora de saúde, na data da sexta.

"Diante dos fatos, a cooperativa de saúde irá instaurar procedimento interno, através do Conselho Técnico, para apurar a conduta do médico cooperado", diz a nota.

"A Unimed Belém reitera que não compactua com os procedimentos adotados pelo profissional durante consulta médica, além de reforçar o compromisso com o atendimento de qualidade a todos os beneficiários", detalha.

Entenda o caso

O vídeo mostra o momento em que a mãe e o filho autista saem da sala, juntamente com o médico psiquiatra, na manhã desta sexta-feira (24/05). As imagens mostram que o médico fala para a mulher conter a criança e diz que não atenderá o paciente, pois foi agredido. No entanto, a mãe argumenta que o filho jogou apenas uma massa de modelar e está se mordendo, pois é autista. A criança grita enquanto o médico discute com a mulher e diz que ela deveria segurar o menino. 

Em certo momento, o médico diz que o menino não precisava entrar no consultório para ele fazer o atendimento, sugerindo que a mãe deixasse o filho sozinho. A mulher afirma que está no local, pois precisa da avaliação médica para a criança, mas como não será atendida, vai embora chorando. Toda a situação foi testemunhada por dezenas de pacientes que estavam na sala aguardando o atendimento do médico.

O espaço segue aberto para a manifestação dos citados nesta matéria.

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