Condenação 'não é nada', diz mãe de vítima do acidente em que morreram estudantes da Ufra
Na noite de quinta-feira (5/9), a Justiça determinou a pena para o bombeiro militar Kleyfer Paula Nogueira, condenado pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa

Familiar de um dos estudantes da Universidade Federal Rural do Pará (Ufra) que morreram em um acidente de trânsito, em fevereiro de 2023, na Alça Viária, comentou sobre a condenação do bombeiro militar Kleyfer Paula Nogueira, acusado de homicídio culposo e lesão corporal culposa por ter ocasionado o acidente após uma ultrapassagem irregular. A mãe de João Lucas da Graça Andrade Costa, Jeane Costa, considerou a pena de sete anos de reclusão em regime semi-aberto insuficiente com relação às consequências irreversíveis do que aconteceu.
A sentença saiu na noite da última quinta-feira, 5, por volta das 23h. Jeane Costa, uma das mães das vítimas que movem o processo contra Kleyfer Nogueira, disse logo ficou sabendo da decisão, contada pelo seu advogado. Considerando que o acidente aconteceu há cerca de um ano e sete meses, ela avalia que a resolução foi rápida, porém, ainda não satisfatória:
"Pra gente está sendo muito difícil, mas conforta saber que, por mais que tenha acontecido em 2023, já saiu a sentença e, para o nosso entendimento, acho até que foi rápido. Mas, ao mesmo tempo, a gente entende que o Ministério Público deveria ter acatado a conclusão da Polícia Civil, quando a delegacia de Barcarena investigou e decidiu por homicídio doloso e pediu a prisão imediata [de Kleyfer Nogueira], mas isso nunca aconteceu", comenta Jeane.
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A mãe de João Lucas fala que, desde que o acidente aconteceu, Kleyfer nunca foi preso e também não demonstrou voluntariedade em se apresentar à polícia: "ele só foi apresentado dias depois, quando foram apresentadas as testemunhas". Ela também critica a pena imposta de sete anos de reclusão em regime semi-aberto:
"Ele assumiu, em março deste ano, que calculou mal a ultrapassagem. Uma pessoa que faz isso sabia que poderia morrer ou matar, então, pra gente, isso [a pena] não é satisfatório em nenhum momento. Sete anos de prisão em regime semiaberto não é nada pela morte das quatro vítimas e mais a lesão corporal de um motorista que ele acusa de ser o culpado".
Jeane Costa diz que ainda se reunirá com o advogado para saber o que vai acontecer, uma vez que o réu ainda pode recorrer da sentença. "A gente espera a justiça seja feita e que ele pague pelo que ele fez", conclui.
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