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Assaltos em shopping centers: consumidores dizem ter medo de ir aos shoppings

Especialista em segurança pública defende que problemas são pontuais

O Liberal

O assalto a uma joalheria no shopping Pátio Belém, que teve mãe e filha como reféns, no centro da capital paraense, no domingo (30), traz à tona novamente a preocupação dos cidadãos quanto à segurança nesse tipo de estabelecimento comercial. Entre muitos frequentadores e consumidores de shopping centers, há necessidade de medidas mais abrangentes serem adotadas para reforçar a prevenção a crimes contra a integridade das pessoas. Dulce Pinheiro, 58 anos, aposentada, confessa que não se sente segura nesse tipo de espaço.

“É muito difícil dizer que sente segurança, porque você está, de repente, na porta, esperando por transporte aplicativo e as coisas acontecem; vem de lá de dentro, como aconteceu de se pegar aquela senhora como refém. Shopping não é segurança para ninguém; você vem fazer umas compras, se divertir, mas, à​s vezes, do nada as coisas acontecem”, destaca Dulce. Para ela, é preciso mais seguranças e policiais atuando nos locais de acesso nos shoppings. “Eu acho que está faltando um policiamento mais severo no shopping”, acrescenta.

image Dulce Pinheiro (Thiago Gomes / O Liberal)

Quem também não se sente segura em shopping center é Fátima Malcher, 56 anos, autônoma. “A gente não sabe quem entra no shopping, como aconteceu no domingo; se tivesse segurança máxima, não teria acontecido”.

Fátima enfatiza que é preciso aperfeiçoar a segurança nesses espaços e relata que já presenciou assalto em um shopping. “Já presenciei, e é uma insegurança total, mas não foi aqui em Belém, foi fora; mas foi pânico total”. Fátima conta que já deixou de ir ao shopping center com medo de ser assaltada. “A gente fica muito sobressaltada”, declara.

O motorista de aplicativo Daniel Romão, 38 anos, considera que, “em vez de ser um local seguro, acaba não sendo, como o assalto que teve (domingo); então, acaba não sendo seguro por causa disso”. Daniel defende a adoção de um esquema maior de segurança nos shopping centers.

“Com a segurança que nós temos aí, contratada pelo próprio shopping, de certo modo, eu me sinto seguro; mas no estacionamento não é tão seguro, e, dependendo do shopping, quanto mais andares tiver, menos segurança você tem”, afirma o profissional de Educação Física André Neves, 29 anos. Ele pontua que cada shopping center tem a sua particularidade. “Mas, no geral mesmo, de zero a dez, eu fico com seis com relação à segurança”, enfatiza. André defende que a contratação de profissionais para atuar em diferentes ambientes desses espaços do comércio traria maior segurança à população.

Na segunda-feira (31), a Polícia Civil informou que, fora o homem preso em flagrante após roubar a loja e fazer duas pessoas como reféns, a polícia fazia buscas para localizar o segundo envolvido no crime. O homem preso foi identificado, no domingo, como Thiago Martins Santos, de 31 anos. Com ele, os policiais encontraram uma pistola, munições e objetos das vítimas. “Ele foi autuado por roubo majorado, que é quando há violência ou grave ameaça às vítimas”, como informou a PC.

Nesta terça-feira (01), um outro suspeito de envolvimento no assalto, identificado como Aluisio da Cruz Barbosa, vulgo "Cafezinho", morreu durante operação policial. 

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A operação policial ocorreu na manhã desta terça-feira (01)

Roubos são pontuais, explica especialista

Para o advogado criminalista Brenno Miranda, especialista em segurança pública, “os roubos nesses estabelecimentos acabam sendo pontuais, em lojas específicas e dentro de um período sazonal”. Ainda na avaliação dele, “os shoppings investem cada vez mais na presença física de seguranças e vídeo monitoramento e essa é a tendência”.

Segundo Brenno, os estabelecimentos podem aperfeiçoar o serviço de segurança. “Investir em sistema de alarme e comunicação direta entre os lojistas e as equipes de segurança do shopping é algo necessário, da mesma forma que melhorar os sistemas de vídeo monitoramento”, defende.

“É essencial o treinamento e capacitação das equipes para lidar com gerenciamento de crises. Do mesmo modo, que o aperfeiçoamento na percepção de condutas suspeitas e monitoramento preventivo dos espaços”, complementa.

Ocorrências

A Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social do Pará (Segup) informou que, em 2023, de janeiro a julho, foram registrados 38 casos de roubo em shopping centers na Região Metropolitana de Belém (RMB). Em 2022, no mesmo período, foram 44 ocorrências registradas do mesmo delito na RMB.

"A Segup reforça que os registros são referentes a ocorrências feitas indicando local Shopping Center. A segurança do local é de responsabilidade do estabelecimento", destaca a nota.

Nota do shopping onde ocorreu assalto no domingo

Em nota divulgada ainda no domingo (30), o Shopping Pátio Belém informou que a Polícia Militar, com o suporte da segurança do Shopping, interviu rapidamente para controlar a tentativa de assalto. Não houve vítimas. "Agradecemos a atuação da autoridade policial na ação coordenada e conjunta que garantiu a segurança de todos e reiteramos que o Shopping Pátio Belém segue funcionando normalmente", completa a nota.

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