Pressão arterial em pets: Veterinário explica o que é, como medir e quando se preocupar
A pressão arterial em cães e gatos é um indicador de saúde vital que merece mais atenção dos tutores. Com acompanhamento veterinário, é possível diagnosticar precocemente problemas

A pressão arterial em cães e gatos é um indicador vital muitas vezes negligenciado, mas essencial para a saúde dos pets. Assim como nos humanos, alterações na pressão arterial podem sinalizar doenças graves, desde problemas renais até doenças cardíacas e neurológicas.
Pensando sempre no bem-estar do seu pet, o OLiberal.com conversou com Luan Machado, médico veterinário, mestre em saúde animal e pós-graduado em cardiologia veterinária, para explicar tudo sobre pressão arterial em animais de estimação, como ela é medida e quando é necessário buscar um veterinário. Leia a seguir
O que é a pressão arterial em cães e gatos?
A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias enquanto circula pelo corpo. Em cães e gatos, a medição da pressão arterial ajuda a detectar precocemente doenças que podem comprometer órgãos como rins, olhos e cérebro. Segundo o médico veterinário, Luan Machado:
"É um parâmetro de muita importância na avaliação clínica de cães e gatos, pois sua variação pode estar relacionada diretamente com algumas doenças (como exemplo: cardiopatias), além disso, é um parâmetro que costuma ser avaliado naqueles pacientes que necessitam passar por procedimentos anestésicos cirúrgicos."
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Quais são os riscos da hipertensão em cães e gatos?
A pressão alta nos pets pode causar danos progressivos e silenciosos a diversos órgãos. Esse aumento da pressão arterial pode gerar alterações e os sinais clínicos dependem muito do órgão queestá sendo lesionado pela hipertensão. De acordo com o veterinário Luan Machado:
"Os sinais clínicos que costuma ser observados podem variar de descolamento de retina, causando um comprometimento da visão, desorientação, desequilíbrios, convulsões, até alterações que só são possíveis de serem percebidas com um exame clínico detalhado, como arritmias."
Além disso, outros sintomas são:
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Convulsões e alterações neurológicas
- Insuficiência renal agravada
- Danos ao músculo cardíaco (hipertrofia do ventrículo esquerdo)
- Sangramentos nasais recorrentes
Existe diferença nos sinais entre cães e gatos com hipertensão?
Muita gente não sabe, mas existem diferenças de sinais entre os caninos e felinos e a principal diferença está nos órgãos que são atingidos em cada um dos pets. Geralmente, os gatos têm os rins como afetado ,além dos olhos, como algum tipo de cegueira. Já os cachorros, o coração.
"Em gatos a hipertensão esta mais associada a doença renal, então os sinais clínicos podem envolver diretamente os rins, o que leva os gatos a apresentarem por exemplo, aumento de volume de urina, aumento de ingestão de água, perda de peso. Porém, o sinal clínico mais comum que são relato pelos tutores é a cegueira súbita. Já em cães, a hipertensão está associada principalmente a doenças cardíacas, então podem ser observados sinais clínicos de insuficiência cardíaca como tosses persistentes, sincopes e edema pulmonar.", diz Luan Machado.
Como é feita a aferição da pressão arterial em cães e gatos?
A medição da pressão arterial em pets é feita com equipamentos específicos e técnicas que garantem conforto e precisão. Os métodos mais comuns são:
1. Método Oscilométrico
Semelhante ao utilizado em humanos, esse método usa um manguito inflável conectado a um monitor automático. Embora prático, pode ser menos preciso em animais muito agitados ou pequenos.
2. Método Doppler (o mais recomendado)
De acordo com o veterinário Luan Machado: ´" É a principal forma de aferir a pressão arterial é pelo método doppler vascular com auxílio do esfigmomanômetro e manguitos de tamanhos adequados para cada espécie e raças. Esse método utiliza um aparelho chamado doppler vascular que permite ouvir o fluxo sanguíneo dentro das artérias."
Quando medir a pressão arterial do seu pet?
A aferição deve ser feita sempre que houver suspeita clínica ou em avaliações de rotina, especialmente nos seguintes casos:
- Animais com doenças renais, cardíacas ou endócrinas (como hipertireoidismo)
- Pets idosos (acima de 7 anos)
- Antes de cirurgias
- Durante tratamento com medicamentos que podem alterar a pressão
- Em casos de sintomas neurológicos ou oculares inexplicáveis
(*Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.)
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