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Vinho na mesa paraense: o consumo que diminui em outros países e cresce no Brasil

“Aqui no Pará a procura está altíssima até mais para terem essa experiência e esse conhecimento”, conta o sommelier Carlos Lima

Viviane Tamyres, Especial para O Liberal
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Enquanto a tendência global é de queda no consumo de vinhos, no Brasil segue crescendo. A consultoria IWSR, especializada no mercado de bebidas, publicou neste ano dados que revelam um aumento de 1,8 litro em 2019 para 2,7 litros em 2022, indicando que o mercado brasileiro de vinho está em alta enquanto em outros países o consumo está diminuindo, a expectativa é que o consumo no mercado global caia 1% todos os anos até 2026.

Em 2023, quando o mercado global teve uma queda de -2,7% no consumo em comparação a 2022, no Brasil houve um aumento de 11,6% no mesmo período segundo o relatório anual publicado pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). O relatório do setor de vinho produzido pela OIV em 2023, também explica que há um declínio no consumo global desde 2018 sendo resultado de diversos fatores como a diminuição de consumo pela China, a pandemia da Covid-19 em 2020 com as restrições sociais e as crises geopolíticas como a guerra da Ucrânia que influenciaram diretamente no aumento dos custos de produção e distribuição, aumentando os preços e enfraquecendo a procura global.

image (Foto: Carmem Helena)

Para o sommelier Carlos Lima, que trabalha como gerente em uma adega localizada no centro de Belém, após a pandemia, na contramão de outros países, houve uma procura na capital paraense por pessoas interessadas em conhecer mais sobre a bebida e os benefícios à saúde proporcionados pelo consumo. “Aqui no Pará a procura está altíssima até mais para terem essa experiência e esse conhecimento, alguns que falam que são cervejeiro a gente começa a apresentar os vinhos para eles, começam com o meio seco, em seguida com o mais leve, vão degustando e gostando do paladar”, conta o sommelier.

Ele também conta que há sabores, estilos e preços variados de origem italiana, argentina, espanhola e brasileira para aqueles que têm interesse em degustar da bebida e para aqueles que procuram variedade. “Tem uns rótulos que a gente trabalha que tem uma alta saída, tem um custo benefício que dá no bolso do consumidor, vale entre 50, 60, 70 reais. O vinho que tem bastante saída, por incrível que pareça, é um dos nossos mais caros, mas pelo paladar os clientes gostam muito e adquirem caixas desse vinho, o 1947-Primitivo di Manduria, o valor dele está em R$ 390, o nosso mais caro custa R$ 10 mil”, explica.

image (Foto: Carmem Helena)

Apesar da grande procura por vinhos crescerem na capital paraense, o sommelier também explica que ainda há um preconceito com os vinhos produzidos no país, sendo considerados inferiores aos vinhos produzidos na Europa, por exemplo. “O nosso público, principalmente brasileiro, tem um certo preconceito em relação aos vinhos nacionais, mas os nossos espumantes nacionais são considerados excelentes, tão bom quanto dos franceses, considerado o país de origem, a gente costuma aqui na adega apresentar e os clientes gostam e depois a gente fala que são vinhos nacionais e eles acabam se surpreendendo”, relata.

Com as comemorações de final de ano e as expectativas para 2025 com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a Cop 30, em Belém, há também a expectativa de aumento na movimentação desse setor. “Sentimos uma alta procura e por isso no segundo semestre fizemos a ampliação do nosso restaurante já visando a Cop-30 e também pela grande procura no restaurante que não estava dando espaço para os clientes”, afirma.

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