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Única ONG que cuida de animais de rua em Santarém pede ajuda para não fechar as portas

Com atuação totalmente voluntária e solidária, o objetivo do espaço é tratar os “bichinhos” para que encontrem os pais de Pet. No entanto, a Ong está com o funcionamento ameaçado por dívidas que chega a R$ 60 mil.

Ândria Almeida
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Cachorros e gatos abandonados nas ruas do município de Santarém, oeste do Pará, recebem cuidados e adoção afetiva por meio da ONG "Lar do Amor". Há 7 anos, Adriana Machado, moradora da cidade, decidiu iniciar um trabalho de resgate que acabou resultando na criação da organização. Com atuação totalmente voluntária e solidária, o objetivo do "Lar do Amor" é garantir um espaço para que esses animais sejam recolhidos e tratados até que encontrem uum lar definitivo. No entanto, o funcionamento da Ong está ameaçado por dívidas que chegam a R$ 60 mil.

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Adriana é a diretora-presidente da instituição, que atua de forma independente e não recebe financiamento de instituições públicas. A ong se mantém exclusivamente de doações arrecadadas por meio de redes sociais. Atualmente,o trabalho é desenvolvido por seis voluntários.

image Animais são tratados e disponibilizados para adoção (Ândria Almeida/ O Liberal)

Ela conta que a ideia surgiu por conta do amor que sentia pelos bichos e da necessidade de uma organização que lutasse por eles na cidade. Há um ano a organização foi regularizada e vem sendo mantida pelo trabalho voluntário. Desde então, o “Lar do Amor” já resgatou mais de 2 mil animais de rua. Todos foram tratados, castrados e colocados para adoção responsável, ganhando uma nova chance de vida. Atualmente, há 8 animais na Ong prontos para ganhar um novo lar e tutores que lhes garantam cuidados e carinho. Além desses, há outros 200 animais em lares temporários.

image Animais são tratados com a ajuda de voluntários (Ândria Almeida / O Liberal)

Dívidas ameaçam o funcionamento da Ong

A maior dificuldade enfrentada pela ONG é quanto aos custeios básicos para o funcionamento do espaço. O acúmulo de dívidas tem impedido que a entidade consiga resgatar mais cachorros e gatos. “As doações são escassas e as dívidas só aumentam, o que leva à perda de crédito nas clínicas parceiras. Dependemos totalmente de doações para manter as atividades e precisamos de pessoas de bom coração que possam oferecer lares temporários para os animais resgatados”, enfatiza Adriana.

As dívidas adquiridas pela ONG, que é a única no município a fazer esse tipo de trabalho, são referentes a atendimentos veterinários dos animais resgatados e já somam R$ 60 mil. No momento, 11 animais que foram retirados da rua estão internados, o que faz com que a dívida aumente diariamente.

Para ela, a causa em prol da ajuda de animais não é valorizada como deveria. Ela enfatiza que o “Lar do Amor” depende de doações para tudo, desde atendimento veterinário até alimentação. “Não temos abrigo próprio e, por isso, precisamos de pessoas de bom coração que possam oferecer um lar temporário para os animais que recebem alta das clínicas”, disse.

image Abrigo possui animais precisando de um lar (Ândria Almeida/ O Liberal)

Nestes casos, explica a diretora-presidente, os voluntários da ONG se responsabilizam por tudo o que o animal precisar. Os resgates são realizados por meio de pedidos de ajuda ou de denúncias de maus-tratos. No entanto, cada vez mais tem diminuído o número de novos ajudantes, pois até mesmo na hora do resgate é necessário dispor de uma “carona solidária” e de ajuda de custo para o tratamento dos animais resgatados nas redes sociais.

Apesar das dificuldades, os seis voluntários continuam se dedicando a ajudar os animais abandonados e buscando formas de encontrar novos lares para eles. No entanto, Adriana reforça a importância da sociedade reconhecer o trabalho da ONG e também de receber mais contribuições, seja por meio de recursos financeiros ou oferecendo lares temporários.

Para quem quiser conhecer um pouco mais desse trabalho, pode acessar o perfil do Instagram @lardoamorsantarem. Já as doações podem ser feitas pelo pix da ong: CNPJ 40.106.854/0001-71.

Pedidos de ajuda

A ONG recebe, em média, 15 ligações por dia; em 10 dias são 150 animais, e apenas três pessoas para atender a demanda. “Nós trocamos de página na rede social recentemente por um problema interno da Ong. Hoje, temos pouco mais de 3 mil seguidores, se cada um nos doasse apenas R$ 1 por mês, conseguiríamos ajudar muito mais animais, pois dependemos muito das doações feitas através das redes sociais”, desabafou.

Final feliz

O Lar do Amor já recebeu muitos animais em situações difíceis. Entre as muitas histórias de superação com finais felizes está a das vira-latas Spike e a Lindinha, duas cadelas que encontraram um lar na casa de Adriana, junto com mais sete cães e quatro gatos que moram na casa da fundadora da ONG.

Lindinha chegou há 5 anos e meio e foi encontrada em estado grave depois de ser atingida por um material fervente. Com boa parte dos pêlos queimados, ela foi levada para uma das clínicas parceiras. "O tratamento dela foi muito difícil, acredito que foi o mais difícil que recebemos na ONG. Ela chorava demais, mas depois de vários meses aconteceu a recuperação total, nesse período eu me apaixonei por ela e adotei", declarou Adriana.

Ao contrário do que muita gente pensa, o abandono não é só o 'descarte' do bichinho. Há cerca de dois anos uma denúncia colocou mais uma vez a ONG nas ruas para encontrar quatro cachorros, um deles o Spike, que estava em situação "complicada", de acordo com as responsáveis pelo Lar do Amor. Elas contam que ele pesava apenas um quilo. Os tutores foram multados em R$ 3 mil por cada animal. Após seis meses de internação por conta de uma desnutrição grave, Spike recebeu alta, mas a sua idade (13 anos na época do resgate) aumentou a dificuldade para encontrar um novo lar. Spike também se tornou um dos inquilinos de Adriana.

image Adriana Machado cuida dos animais com a ajuda de mais seis voluntários (Ândria Almeida/ O Liberal)

Para denunciar maus-tratos de animais, qualquer pessoa pode entrar em contato pelo 190 da Polícia Militar ou ainda procurar o Comando de Polícia Ambiental ou a Secretaria de Meio Ambiente do município em que reside. A pena para maus-tratos pode chegar a cinco anos de prisão.

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Santarém
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