MENU

BUSCA

Saúde mental LGBTQIA+ demanda atenção; saiba onde buscar atendimento

ONG Olívia atua no Pará há mais de 7 anos na luta pelos direitos da população LGBTQIA+ e oferece serviço de atendimento psicológico gratuito

Emanuele Corrêa

A saúde mental está em maior evidência, devido à pandemia - ao isolamento social do início - que potencializou o assunto. Grupos mais vulneráveis e que, por vezes, não são acolhidos nos lares, buscam apoio nos espaços de sociabilidade, como coletivos e outras redes de apoio psicológico, à exemplo da ONG Olívia, no Pará. A Rainbow Psicologia realizou online o 7º Encontro de Sensibilização às Práticas Clínicas LGBTQIAP+ sobre saúde mental e a importância da prevenção e posvenção ao suicídio, para que os profissionais possam atender a comunidade com abordagem humanizada.

No evento online, que ocorreu no último sábado (23), abordou-se a utilização da comunicação neutra e inclusiva, história da militância LGBTQIA+ no Brasil e no mundo e a sua importância nas práticas clínicas psicológicas.

A psicóloga clínica e escolar Ana Violeta realiza um projeto de atendimento social para pessoas LGBTQIA+ - tarifa social - para ampliar o acesso ao serviço. A profissional discute a natureza dos abalos psicológicos e diz que precisam ser investigados individualmente. No entanto, tratando-se de pessoas desta comunidade, as violações de direitos estão entre as possíveis causas.

A temática da saúde mental e o suicídio deve ser trabalhada em conjunto com os governantes e sociedade, afirma a psicóloga. Destaca ainda a importância no atendimento humanizado às pessoas LGBTQIA + no atendimento psicoterapêutico. "Para prevenir é importante que o estado e a população possam implementar políticas públicas de proteção às diversas violências. Não só agressões físicas, mas também violências institucionais, onde o nome social e a forma como a pessoa se identifica não é respeitada em hospitais, órgãos públicos etc. Isso tudo causa um adoecimento que pode levar a diferentes problemas psicológicos", afirmou.

"Temos como obrigação respeitar a subjetividade das pessoas. A atuação da psicologia não se prende apenas na clínica, atuamos em empresas, escolas, órgãos públicos etc. A atuação da psicologia tem um olhar de naturalizar e integrar essas pessoas no ambiente, criando um espaço onde ela possa se sentir segura e confortável, o que já auxilia muito na sua saúde mental", argumentou.

Ana ressalta que o ambiente familiar, geralmente, é onde o adoecimento acontece, devido a não aceitação das identidades de gêneros e sexualidades. Por isso, a importância de ter fortalecida uma rede de apoio. "Se aquela pessoa é aceita em casa, respeitada e compreendida, ela consegue ter arcabouços psicológicos reforçados para poder lidar com as outras possíveis violências. Seria uma autoestima mais estabilizada ou a confiança de saber que mesmo que exista violência [em outros espaços], dentro de casa essa pessoa vai ser acolhida", concluiu,

 

Acolhimento e atendimento

A Organização Não Governamental (ONG) Olívia atua no Pará há mais de 7 anos na luta pelos direitos da população LGBTQIA+. Marcos Melo, comunicador, ativista e presidente da ONG destaca a atuação na criação e execução de políticas públicas para esta população. Entre os serviços prestados, estão os atendimentos psicológicos. "O serviço é gratuito e o nosso diferencial é que todos os profissionais da psicologia são LGBTI, justamente por entendermos que o diálogo será muito mais compreensível. As dores que nos atravessam são muito específicas e muitas vezes são simbólicas. Nem todo mundo consegue compreender uma atitude de preconceito quando a mesma já está naturalizada", afirmou.

Segundo Marcos, dados sobre população LGBTQIA+ ainda são negligenciados pelo poder público. No entanto, uma pesquisa realizada pela Coletivo #VoteLGBT mostrou que a pandemia intensificou os casos de problemas relacionados à saúde mental, 55,19% declararam que a saúde mental em 2021 está pior que em 2022.

O presidente reforça a importância da rede de apoio e deixa o convite para quem estiver passando por alguma dificuldade no cotidiano, com reflexo na saúde mental ou violações de direitos, que busque a ONG Olívia.

"Não se sintam sozinhos, vocês não estão. Nosso cotidiano não é fácil, no entanto, temos a felicidade de encontrar pessoas que estão dispostas a ajudar o outro. Nossa Ong tem pessoas e profissionais incríveis e nós estamos de portas abertas para recebê-los. O preconceito, a LGBTIfobia ainda estão muito presentes em nossa sociedade, mas o nosso desafio diário é também conseguir enxergar que nossa vivências vão além disso. Podemos ser o que nós quisermos e juntos conseguiremos caminhar para uma sociedade com cada vez mais equidade", finalizou.

 

SERVIÇO - atendimento psicológico no Pará

1. ONG Olívia

Público alvo: população LGBTQIA+
Endereço: UFPA, campus básico, segundo andar do complexo Vadião.
Redes sociais: @olivialgbt (Instagram e Facebook).
Contato: WhatsApp (91) 99320-1788

2. Clínica de Psicologia- UNAMA
Público alvo: estudantes e populares em geral
Horário: 8h às 12h; 14h às 18h; 18h às 20h
Contato: 4009-3012
Endereço: Dentro do Bloco F, localizado no campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia

3. Plantão psicológico - UNAMA Ananindeua
Público alvo: paraenses maiores de 18 anos, residentes dos municípios da região Metropolitana de Belém
Horário: a combinar
Contato: o agendamento e a consulta ocorre pelo site
Para mais informações: 4009-3050.

4. Clínica psicológica virtual  UFPA
Público alvo: população interna e externa da universidade, profissionais de saúde, estudantes indígenas, quilombolas e seus familiares e comunidade.
Horário: de segunda-feira à sábado a combinar
Agendamento: podem ser feitos pelo site.

5. Clínica de Psicologia da UFPA
Público alvo: população em geral
Horário:  terça-feira às sexta-feira 8h às 11h; 14h às 17h
Não precisa de agendamento prévio no site.
Contatos: (91) 98429-0279, para falar com Roseane; (91) 98382-9628, para falar com Fernanda

6. Serviço de acolhimento psicológico da UFRA
Público alvo: alunos (as) da universidade
Horário: a combinar, de segunda a sexta-feira
Contato: Campus Belém: Bruna Carvalló (91) 98101-0139; Stéphanie Correa: (91) 98090-2565
Campus Capanema: Thiago Costa (91) 99995-2540
Campus Capitão Poço: Hadassa Almeida (91) 98135-3202
Campus Paragominas: Aneska Oliveira (91) 98373-0940
Campus Parauapebas: Cláudia Camilo (94) 98154-7401
Campus Tomé-Açu: Suzane Lima (91) 98551-9357

7. Serviço de acolhimento psicológico da UEPA
Público alvo: alunos da instituição
Horário: segunda a sexta, das 9h às 14h
Endereço: no Núcleo de Assistência Estudantil (NAE). Localizado no prédio da Reitoria da UEPA, na Rua do Úna, 156, no bairro Telégrafo.
Atendimento: pode ser por e-mail naeuepa@gmail.com ou por telefone.
Contato:  (91) 3299-2247

8. Centro de Valorização da Vida |CVV
Público-alvo: todos
Horário: 24 horas
Contato: 188

Atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs)

1. CAPS Icoaraci (Caps I)
Endereço:  Rua Monsenhor Azevedo, 237 (entre Passagem Maguari e Lopo de Castro), Campina de Icoaraci.
Contato:  (91) 3227-9137
E-mail: capsicoaraci@ibete.com.br

2. CAPS Amazônia (CAPS I)
Endereço:  Passagem Dalva, 377, bairro Marambaia
Contato: 3231-2599/ 3238-0511
E-mail: capsam.sespa@outlook.com

3. CAPS Renascer (CAPS III)
Endereço: Travessa Mauriti, 2179, entre avenidas Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma, bairro Pedreira
Contato: (91) 3276-3448
E-mail: capsrenascer@yahoo.com.br

4. CAPS Grão-Pará (Caps III)
Endereço:  Rua dos Tamoios, 1840, Batista Campos
Contato: (91) 3269-6732
E-mail: capsgraopara@yahoo.com.br

5. CAPS Marajoara (CAPS ad III)
Endereço: Conjunto Cohab, Gleba I, WE-2, 451- Nova Marambaia
Contato:(91) 32360399
E-mail: capsmarajoara@gmail.com

Em caso de emergência

1. Samu: 192
2. Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)
3. Pronto-Socorros
4. Emergência Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém: travessa Alferes Costa, S/N - Pedreira.

Pará