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Santarém: filhote de peixe-boi fêmea é resgatado em comunidade

O animal tem aproximadamente um mês de vida e foi encontrada à deriva na comunidade Suruacá.

Andria Almeida

Um filhote de peixe-boi com aproximadamente 1 mês de vida estava sozinho, à deriva, nas águas do rio Tapajós, no município de Santarém. O animal é uma fêmea e foi resgatada por comunitários da região de Suruacá, no último sábado. Ela foi levada para receber os cuidados de um projeto local que trata desses animais.

O filhote foi carinhosamente batizado pelos moradores com o nome de Suruacá, em homenagem à comunidade onde foi encontrada.

Resgatar animais como esse está cada vez mais comum, isso porque a pesca predatória dos peixes-boi tem matado esses animais em uma quantidade preocupante, principalmente os adultos, de grande porte. Quando isso acontece muitos filhotes ficam órfãs. Nos casos em que são encontrados por pessoas que querem ajudar, eles são encaminhados para os órgãos ambientais da cidade, mas muitos deles ou morrem de fome ou servem de alimento para algumas pessoas que gostam do sabor da carne desse mamífero.

Ao todo, 29 filhotes ficaram órfãos nos municípios da região desde 2008. Todos foram levados para se recuperarem em um zoológico de uma universidade privada da cidade.

Espécie ameaçada

O peixe-boi é uma espécie, que é caçada desde o período da borracha, e corre perigo de extinção. A caça do peixe-boi é ilegal no Brasil. O biólogo Esrom Paixão, que integra a equipe do zoológico, alerta para a diminuição gradual da espécie.

Ele afirma que apesar de ter campanhas de conscientização, algumas comunidades usam do animal como fonte de alimentação e para outros fins diversos, como por exemplo, confecção de lamparinas, utilização da banha para culinária do dia a dia.

O animal precisa subir até a superfície para fazer a troca gasosa, que consiste em respirar e descer. Quando preso em redes de pescas ele acaba morrendo por não conseguir realizar esse processo. Então acaba morrendo afogado.

Importância do peixe-boi para o ecossistema

A presença do peixe-boi no ecossistema da Amazônia é de suma importância, pois o animal controla a população de plantas aquáticas. O animal adulto come até 14% do seu peso de capins flutuantes. Além do controle do crescimento das plantas, as fezes dele servem como nutrientes para microrganismos que vão alimentar outros animais. Ao se alimentar, o peixe-boi impede que haja o crescimento excessivo de matéria orgânica, que pode ocasionar a mortandade de algas e animais.

Cada fêmea de peixe-boi gera apenas um filhote de cada vez, com raros casos de gêmeos. Cada gestação dura 13 meses. Depois que o filhote nasce, a mãe o amamenta por até dois anos. Nos primeiros anos de vida do filhote a mãe ensina a nadar, a escolher seus alimentos e a subir à superfície para respirar.

Sobre os cuidados

O filhote precisa de no mínimo dois anos mamando. “A gente nunca força o desmame porque a alimentação dele já é restrita aqui. Se ele for restringir mais ainda vai ter perda de peso, e por consequência uma série de complicações”, explicou o veterinário Esrom.

O filhote recebeu os primeiros atendimentos da equipe da Semma e foi encaminhado para o Zoológico ZooUnama onde passou por exames e deve ficar pelos próximos anos, até que esteja apto à soltura.

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