Santa Casa oferta novo exame para investigar riscos na gravidez

Procedimento tem resultado imediato e evita internações desnecessárias

Laís Santana

A suspeita de ruptura prematura de membrana amniótica (rupreme) antes do trabalho de parto é motivo de internação - por vezes desnecessárias - para muitas mulheres gravidas. Em Belém, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) estima receber, em média, cerca de 10 casos de rupreme por semana. Para atender a emergência corriqueira no  serviço obstétrico, a Santa Casa passou utilizar uma nova ferramenta para descartar risco na gravidez. 

Popularmente conhecida como “bolsa  rota”, a ruptura da membrana amniótica causa a saída irregular do líquido amniótico, o que leva a grande risco de sofrimento fetal, aborto e infeção para a gestante e para o feto. A olho nu a umidade vaginal pode ser confundida com outros fluídos, causando a internação da paciente para investigação, o que pode se estender até a hora do parto. 

Denominado “teste de cristalização de secreção cercovicovaginal”, o exame consiste na coleta por swab, uma espécie de cotonete, da umidade vaginal e a observação imediata, através de microscópio da amostra ante secagem em temperatura ambiente. Com este recurso, em poucos minutos, a obstetra consegue afirmar se o líquido em questão é ou não amniótico, confirmando ou descartando a possibilidade de rupreme. 

“Quando observamos que a paciente realmente perdeu líquido, na coleta do exame, a gente verifica e aí se confirma ou não a bolsa rota. Com isso se busca diminuir o tempo de internação no hospital e melhorar o tempo de permanência dessa paciente na enfermaria da maternidade”, explica a ginecologista-obstetra Flora Balbi.

De acordo com dados da FSCMP, o custo diário de internação de uma gestante por intercorrência clínica, no Sistema Único de Saúde (SUS), gira em torno de R$ 200. Para a diretora técnico-assistencial da Fundação Santa Casa, Norma Assunção, o novo método impacta no fluxo de leitos e, consequentemente, na economia de recursos públicos.

“É importante porque as pacientes que chegam à Santa Casa, e não é um volume pequeno, acabam ficando internadas, tendo um tempo de internação prolongado, por conta de suspeita de rupreme. Com o exame, evitamos internações desnecessárias, o que libera leito e diminui custos”, afirma.

Aurenice Araujo, 20 anos, gravida de 6 meses, foi internada na enfermaria da Santa Casa no dia 11 de junho, com diagnóstico instantâneo de “bolsa rota”. 

A jovem conta que estava em viagem, no município de Capitão-Poço, quando percebeu uma perda de líquido de forma espontânea.  ““Não estava sentindo nada de dor, dor alguma. Falei com a minha mãe e ela me disse que a bolsa tinha rompido, aí procuramos atendimento e foi quando fui transferida pra cá pra Santa Casa”, relembra. 

Para ela, o diagnóstico imediato ajudou a salvar a sua gravidez. “Afinal, é a vida de um bebê que está em jogo: tudo quanto mais rápido, melhor”, acrescenta. 

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