Ribeirinhos usaram rabetas para protestar no Furo da Mucura, em Barcarena

Manifestantes também esticaram um cabo de aço, impedindo a passagem de lanchas

Dilson Pimentel
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Ribeirinhos fecharam novamente o Furo da Mucura, na zona rural do município de Barcarena, no nordeste do Estado, na manhã desta terça-feira (28). Eles usaram rabetas e esticaram um cabo de aço para impedir a passagem das lanchas que levam passageiros para Belém e para o Marajó e, também, balsas que transportam caminhões. O trecho bloqueado tem aproximadamente 500 metros, de um lado até o outro do rio.

Segundo os moradores, essas lanchas, que são velozes e transportam passageiros, provocam maresias e causam prejuízos aos ribeirinhos. Moradores dizem que são prejudicados com a circulação diária de lanchas que fazem viagens de Ponta de Pedras para Belém e da capital paraense para aquele município do Marajó. As viagens, feitas por três empresas de navegação, ocorrem todos os dias da semana, começando, a primeira delas, geralmente por volta das 6h30. 

Ribeirinhos interditam mais uma vez o Furo da Mucura

A maresia das lanchas causa muito impacto nas rabetas (embarcações pequenas e velozes), danificando-as.  O deslocamento das águas, provocado por essas lanchas velozes, também destrói os barrancos de areia, causando erosão. 

Os ribeirinhos disseram que, ao trafegar em alta velocidade, as embarcações causam "banzeiro" - uma sucessão de ondas ou, como dizem os ribeirinhos, "uma maresia muito grande". O banzeiro "alaga" e vira as canoas, causa acidentes e também contribui para destruir os barrancos de areia. 

Nessa região, há escolas, igrejas e uma unidade básica de saúde. Há pouco mais deb um mês, na manhã de 24 de abril, os ribeirinhos já haviam feito esse mesmo protesto, que é inusitado. E, no dia seguinte ao protesto, quinta-feira (25), uma comissão de moradores daquelas comunidades foi à Capitania dos Portos e à Delegacia de Polícia Fluvial, em Belém.

No Boletim de Ocorrência, registrado na Delegacia de Polícia Fluvial, da Polícia Civil, contaram que, há cerca de um ano, "toda a comunidade vem sofrendo" com a navegação diária de lanchas expressas que trafegam em "alta velocidade". Isso, segundo eles, danifica "muitas residências, os portos e as embarcações nos portos". 

A mobilização, nesta terça, começou às 6 e durou até as 11h30. A interdição do rio ocorreu entre as comunidades Arapiranga e Mucura. Uma balsa, que vinha de Barcarena para Belém, transportando caminhões, não pôde passar e voltou para Barcarena, por volta das 7 horas.

Capitão dos Portos do Pará, Manoel Pinho disse que, até sexta-feira agora, a Marinha terá uma embarcação permanente no Furo da Mucura para fiscalizar se as empresas estão cumprindo o limite de velocidade determinado para essa área. Ele se reuniu com os ribeirinhos, no final da manhã desta terça-feira. E disse também que vai agendar uma reunião com a Arcon e com as empresas para tratar desse assunto. Com o compromisso assumido pelo capitão dos Portos, os moradores vão terminar o protesto, o que vai ocorrer agora

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