Projetos escolares viram renda no Pará: alunos criam perfumes e sabonetes com insumos amazônicos
Iniciativas desenvolvidas por professores da rede pública de Ananindeua e Marabá unem ciência, arte e sustentabilidade para transformar o ensino e movimentar a economia local

Estudantes da rede pública de Ananindeua e Marabá, no Pará, estão transformando o aprendizado em realidade. Em vez de apenas absorver teoria, eles criam produtos como perfumes, sabão sustentável e hortas, gerando renda e incentivando práticas de preservação ambiental.
As iniciativas integram o mapeamento nacional realizado pelo Itaú Social, em parceria com o Instituto Catalisador, que identifica boas práticas com base na metodologia STEAM — união entre Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.
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Perfumes criados em escolas de Ananindeua
No município de Ananindeua, alunos do Ensino Médio participam do projeto “Essência dos Mitos”, criado pelo professor de Geografia José Ribamar Braun Viana dos Santos. A proposta alia pesquisa científica, educação ambiental e cultura amazônica, incentivando os estudantes a desenvolverem perfumes, sabonetes e aromatizadores com insumos da floresta.
A produção é realizada em um laboratório voltado à biodiversidade e cultura amazônica, com foco em elementos simbólicos como amor, prosperidade e beleza, presentes nas tradições e mitos da região.
Além de despertar o interesse pela ciência e empreendedorismo, o projeto promove a comercialização dos produtos, contribuindo para a autonomia financeira de comunidades extrativistas.
“O Essência dos Mitos conecta o aprendizado dos alunos à preservação da Amazônia e ao fortalecimento das comunidades locais, criando um ciclo de benefícios mútuos”, explica o professor.
Alunos de Marabá criam sabão sustentável e horta escolar
Já em Marabá, cerca de 100 alunos participam do projeto “ConsCIÊNCIA”, liderado pelo professor Daniel Oliveira da Silva, voltado à educação ambiental e sustentabilidade. O foco principal é ensinar como práticas simples podem gerar impacto direto na comunidade.
Entre as ações desenvolvidas estão:
- Fabricação de sabão ecológico a partir de óleo de cozinha usado;
- Criação de uma horta escolar;
- Produção de composto orgânico com resíduos alimentares;
- Organização de mutirões de limpeza no entorno da escola.
A iniciativa também engajou a comunidade local. Muitos moradores passaram a trocar óleo usado por sabão produzido na escola, ampliando o alcance do projeto.
"Nosso objetivo é formar cidadãos conscientes, que entendam seu papel na preservação do meio ambiente e levem esses aprendizados para suas comunidades", destaca Daniel.
Sobre a abordagem STEAM
Tanto o projeto de Marabá quanto o de Ananindeua seguem os princípios da abordagem STEAM, que busca integrar Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática no currículo escolar, de forma prática e contextualizada.
O mapeamento nacional reuniu 240 experiências de todo o Brasil, sendo 121 voltadas para os anos finais do Ensino Fundamental. O objetivo é mostrar como a escola pode ser um espaço de inovação, inclusão e transformação social.
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