Paraenses criam aplicativo para pacientes com Alzheimer
A ferramenta manter ajuda a rotina do doente.
"Queremos contribuir para que o idoso possa evoluir seu raciocínio lógico ou, pelo menos, que ele possa estagnar a evolução da doença. Além disso, objetivamos, com o ‘Memorylife’, assegurar mais tempo e qualidade de vida para familiares destes pacientes”. A afirmação foi feita por Alanna Ferreira, uma das idealizadoras do aplicativo criado para ajudar pacientes que sofrem de Alzheimer. O lançamento do “MemoryLife” será realizado dentro da programação da Semana Estadual da Pessoa Idosa, que será encerrada hoje, no 3º piso do Shopping Pátio Belém.
E foi com o objetivo de auxiliar a estimulação cognitiva de pacientes com Alzheimer que três amigos empreendedores paraenses desenvolveram o aplicativo “MemoryLife”. A partir de jogos simples, que utilizam imagens e sons de ambientes domiciliar e do cotidiano, essa ferramenta tecnológica trabalha as áreas cognitivas de memória e lógica do paciente, possibilitando maior independência nas tarefas básicas, como, por exemplo, escovar os dentes e tomar banho. Assim, a inovação serve como recurso complementar ao tratamento, auxiliando familiares e cuidadores.
O desenvolvimento do projeto contou com a capacitação e consultoria da Universitec, ligada à Universidade Federal do Pará (UFPA). “Nosso objetivo era criar alguma ferramenta tecnológica que auxiliasse em alguma dificuldade da pessoa idosa. Então nos veio a ideia de desenvolver um aplicativo voltado para o paciente com Alzheimer, que corresponde a um número muito expressivo no país. Averiguamos e vimos que ainda não existe no Brasil este tipo de proposta que estamos apresentando”, afirmou Alanna Ferreira. Dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) apontam que existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade no Brasil. Deste total, 6% tem a doença Alzheimer, que é diagnosticada a partir da morte de células cerebrais que causa a demência degenerativa, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem). A doença é incurável e torna o paciente, em sua grande maioria idoso, muito dependente dos seus cuidadores, e estes precisam aprender a cuidar e até mesmo se adequar à realidade da pessoa com Alzheimer. Os cuidados envolvendo os pacientes vão desde alimentação à higiene pessoal.
Segundo especialistas da área da saúde, ainda que não haja cura para o paciente com Alzheimer, o tratamento adequado, seguido de amor e carinho, pode contribuir com o tratamento. A indicação é criar uma rotina de repetições que seguida todos os dias faz com que o cuidado seja mais eficaz, aumentando a autonomia do paciente. Assim, o aplicativo serve como recurso complementar ao tratamento, auxiliando familiares e cuidadores.
Administrador de empresa aposentado, Fernando Souza da Costa, de 81 anos, aprovou o aplicativo. “Achei ótimo. Puxa muito pela memória e pela atenção da pessoa. O importante muito é a atenção. E, se a pessoa não prestar atenção e não gravar, não vai resolver o problema”, disse. “Eu não tenho problema de Alzheimer, graças a Deus. Mas eu uso muito, no computador, jogos.
Um dos jogos que mais gosto é paciência, por exemplo, que puxa muito pela memória”, afirmou. “Eu faço muita coisa em casa que eu trabalho com a memória”, completou.
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