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Pará registra mais de 5 mil acidentes com animais peçonhentos em 2022

Na Universidade Federal do Pará, um evento debate sobre as doenças zoonóticas, enfermidades transmitidas de animais para seres humanos

Fabyo Cruz
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Em 2022, o Pará registrou 5.078 casos de acidentes com animais peçonhentos - que possuem glândulas de veneno e o injetam com facilidade - até o dia 3 de novembro, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Ano passado, foram registrados 9367 casos da mesma natureza. Em relação a mortes foram 36 em 2021 e 23 neste ano. Na Universidade Federal do Pará (UFPA), um evento debate sobre as doenças zoonóticas, enfermidades transmitidas de animais para seres humanos.

O Laboratório de Epidemiologia e Geoprocessamento da UFPA (Epigeo), do Campus Castanhal, realiza até o dia 7 deste mês, o Encontro Internacional da Iniciativa Amazônica para Investigação de Mordeduras Tropicais (Iaimt), no Centro de Eventos Benedito Nunes, Campus Guamá. O encontro traz como tema a prevenção de zoonoses emergentes, mas também propõe discussões sobre as doenças e os agravos tropicais zoonóticos, relacionados às mordidas e picadas de animais, que têm seus fatores de risco negligenciados, como raiva, acidentes com animais peçonhentos, entre outros. 

image Isis Abel Bezerra, coordenadora do Epigeo/UFPA, Campus Castanhal, responsável pelo evento, destaca que a Amazônia é a mais afetada pelo problema, sobretudo as comunidades tradicionais e ribeirinhas (Fabyo Cruz/O Liberal)

Durante o evento, são apresentados pôsteres, palestras e mesas-redondas sobre as mordeduras e picadas tropicais. A região Norte lidera o ranking nacional de doenças transmitidas por morcegos para seres humanos, sendo o Pará o estado com maior vulnerabilidade, segundo um estudo apresentado, nesta segunda-feira (5), no Iaimt. No encontro, outra pesquisa, feita em Curuçá, nordeste do estado, apontou que animais vacinados não mantêm imunidade contra raiva após um ano de vacinação.

A professora doutora Isis Abel Bezerra, coordenadora do Laboratório de Epidemiologia e Geoprocessamento da Universidade Federal do Pará (Epigeo/UFPA), Campus Castanhal, responsável pelo evento, destaca que a Amazônia é a mais afetada pelo problema, sobretudo as comunidades tradicionais e ribeirinhas, que têm dificuldade de acesso à saúde e informação adequada. “Por isso esse encontro trouxe especialistas de diversas partes do mundo, interessados pelo tema, para que nós juntos possamos resolver essas questões”, comentou a especialista.

No primeiro dia do evento, um grupo de pesquisa sobre a mordedura de morcegos e a raiva humana apresentou um estudo que aponta a região Norte do país como a líder de casos de transmissão de raiva por morcegos para seres humanos. A pesquisadora Ana Beatriz Medeiros, da faculdade de farmácia da UFPA, explicou que o estudo teve como referência artigos publicados entre 2018 e 2021, que trazem dados desde 2001 até 2019. O material mostra o Pará com mais de 40 casos registrados, durante o período analisado, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. 

image Isis Abel Bezerra, coordenadora do Epigeo/UFPA, Campus Castanhal, responsável pelo evento, destaca que a Amazônia é a mais afetada pelo problema, sobretudo as comunidades tradicionais e ribeirinhas (Fabyo Cruz/O Liberal)

Uma pesquisa sobre vacinas contra raiva para cães e gatos, no município de Curuçá, também é destaque no evento.  O estudo constatou que os animais não conseguem manter imunidade contra a doença após um ano de vacinação. Segundo a médica veterinária e doutoranda Elane Araujo, os ataques chegaram a ser naturalizados na cidade por acontecerem com frequência. Dos 375 animais analisados, somente 21% dos vacinados anualmente têm titulação protetiva contra o vírus, apontou a pesquisa.

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