Pará é um dos nove estados com aumento de mortes por covid-19, aponta consórcio de imprensa

Dados desta terça (21) mostram que o Estado registrou crescimento de 30% no número de mortes pela doença, nos últimos 14 dias

Cleide Magalhães
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O Pará é um dos nove estados do Brasil com tendência de crescimento no número de mortes por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, atualizados às 20h desta terça-feira (21), o Estado registrou crescimento de 30% no número de mortes pela doença nos últimos 14 dias. Contactada esta quarta (22) para comentar os dados, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) contesta esse cenário - e diz que o Pará está melhor que o quadro apresentado.

De acordo com o levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa, que utiliza os dados das próprias secretarias estaduais de saúde, como a Sespa, o Pará registrou mil casos da doença e 30 mortes, no boletim de segunda-feira (21). Com os novos registros, o Pará chegou ao total de 5.581 mortes e 142.358 casos pela doença. Com isso, o estudo considera que o Pará saiu da estabilidade e está em alta nos casos de mortes pela covid-19. 

Em relação aos dados do Pará, o consórcio de veículos de imprensa afirma que utiliza os dados publicados diariamente em cada boletim emitido pela Sespa, às 18h. Além do Pará, os oito estados que registraram crescimento foram Santa Catarina (142%), Rio Grande do Sul (52¨%), Tocantins (50%), Mato Grosso do Sul (43%), Paraíba (29%), Acre (25%), Goiânia (19%) e Amapá (17%). 

Os dados para o cálculo da média móvel são os apurados pelo consórcio de veículos de imprensa formado por G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL. Esse grupo reúne diariamente os números da doença nos 26 estados e no Distrito Federal, para que os brasileiros saibam, com transparência, o total de óbitos e de casos no país.  

image Pará é um dos estados com alta mortes por covid-19, diz balanço (reprodução)

 

Sespa contesta dados de altas nas mortes


Em vídeo enviado nesta segunda-quarta (22), a Sespa diz que os dados apresentados pelo consórcio de imprensa não refletem o atual cenário, do Pará. Segundo Denílson Feitosa, que é titular da Diretoria de Vigilância em Saúde da Sespa, o quadro de hoje é melhor, quando comparado ao pico da doença, em abril e maio. 

"Desde o fim de maio, é recorrente a queda no número de óbitos no Pará e ela vem sendo sustentada com quedas sucessivas semanas após semanas. O dado mais atual que temos desta terça (21) mostra que houve redução quando comparada à média móvel do dia 20 de julho com 14 dias atrás, dia 6 de julho, uma redução de 43% na média móvel dos óbitos. Ela é a média de sete dias consecutivos com o último dia que se quer analisar", afirma Feitosa.

Ainda segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde da Sespa, a comparação de 14 dias é padronizada pelos infectologistas para dar tempo de a doença se manifestar e, eventualmente, evoluir a óbito. 

"Temos os dados atualizados e comparados da covid-19 no nosso Estado. Essa média móvel vem caindo, não houve nenhuma mudança na nossa análise.  A forma de ser divulgada não alterou e tem divergido de alguns dados noticiados pelo dia usado para fazer os cálculos". 

Segundo Feitosa, a Sespa utiliza o dia do óbito para poder conferir e entrar na estatística da secretaria. "Diferentemente de outros estudos, que usam a data de publicação, esse dado é falho para nós, porque não traz o cenário real. Os municípios do Pará, às vezes, têm dificuldade de notificar e passar os dados para a Sespa fazer a computação", esclarece o titular da Diretoria de Vigilância em Saúde.

Entenda a média móvel


Como os dados de covid-19 podem ter variações diárias muito grandes que não têm relação com o avanço do vírus, como atrasos nos registros, falta de testes, entre outros problemas, o consórcio de veículos de imprensa resolveu adotar a média móvel de casos e óbitos para reduzir esses efeitos.

A média móvel é um indicador recomendado por especialistas e adotado por diversos veículos da imprensa internacional. Ao adotar o critério da média móvel, os gráficos passam a mostrar o número de casos e mortes de cada dia em barras, e uma linha mostrará a média dos últimos 7 dias. Ela é móvel porque os números de um dia são carregados para a média seguinte, se movem.

Para calcular essa média, soma-se o número de mortes ou casos nos últimos 7 dias e divide-se o resultado por 7. Por exemplo: o total de mortes no estado de São Paulo na primeira semana de julho foi 1.712. Dividindo por 7, chegamos ao número médio de 245 por dia nesse período.

Por causa do tempo de incubação do novo coronavírus, os especialistas recomendam comparar a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. Dessa forma, pode-se avaliar se os números da doença estão subindo, estáveis ou em queda. Esse é o modelo adotado, por exemplo, pelo jornal americano The New York Times.

image Mapa geral: Distrito Federal 10 estados estáveis, e 6 em queda (reprodução)
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