Manejo de Pirarucu gera renda para comunidade ribeirinha em Santarém

A comunidade ribeirinha realiza há mais de 20 anos o manejo sustentável com foco na preservação da natureza e de uma espécie de peixe que é considerado um dos mais importantes alimentos na Amazônia

Ândria Almeida
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A comunidade ribeirinha realiza há mais de 20 anos o manejo sustentável com foco na preservação da natureza e de uma espécie de peixe que é considerado um dos mais importantes alimentos na Amazônia. Essa atividade é realizada pelos comunitários de Santa Maria do Tapará, localizada no município de Santarém, oeste do Pará; onde a prática do empreendedorismo Sustentável com o manejo do Pirarucu garante o sustento financeiro para mais de 70 famílias do local.

Além da comunidade Santa Maria do Tapará, outras seis fazem manejo de pirarucu da região oeste, são elas : Pixuna, Tapara Miri, Costa do Tapará, Tapará Grande, Ilha do Carmo e Urucurituba.

O pescador Odilelson de Almeida relata que o manejo do Pirarucu exige cuidados constantes, como por exemplo, a segurança do lago onde os peixes ficam 24 horas por dia. A comunidade se reveza para garantir a reprodução e o desenvolvimento dos peixes. Além de gerar renda para os manejadores, a atividade também ajuda a evitar a pesca predatória, o que contribui para a preservação da espécie.

Um local de venda esperado pela comunidade é realizado uma vez ao ano, que é a Feira do Pirarucu de Manejo. A última edição do evento aconteceu em novembro deste ano, foram comercializadas duas toneladas de produtos em apenas um dia, segundo os organizadores da Feira.

Preservação do Pirarucu

Outro fator importante nessa atividade pesqueira é que os comunitários propagam a importância da conscientização de se manter um empreendimento preocupado com a preservação da espécie Pirarucu. Diante dessa perspectiva, alguns restaurantes da cidade não abrem mão de serem clientes fiéis desses manejadores, que também se preocupam com a qualidade dos peixes no processo de criação.

image O comprometimento dos moradores da comunidade é um dos principais fatores para o sucesso do manejo do pirarucu (Ândria Almeida/ O Liberal)

Manejo garante sustento da comunidade

O trabalho de manejo do pirarucu tem no processo de atuação a fiscalização constante do lago, no criadouro. O pescador Odilelson de Almeida, explica como funciona esse acompanhamento.

“O manejo que a gente faz aqui na nossa comunidade, começa na fiscalização. Fazemos reuniões, temos um grupo de base da Z-20 e da comunidade, onde organizamos como vigiar o lago. São dez equipes que fazem esse trabalho revezando todas as noites, faça chuva ou faça vento, estamos lá garantindo a qualidade do viveiro”, explicou.

Para ele, é uma alegria obter o sustento de muitas famílias há mais de 20 anos. “Nós fazemos o manejo e conscientizando que isso é o melhor para a nossa comunidade. Porque se deixar aberto, as pessoas vêm e fazem pesca predatória, não respeitam”, contou.

Sobre o pirarucu

O pirarucu é um dos peixes mais importantes da região amazônica, sendo uma fonte importante de alimento e renda para muitas comunidades ribeirinhas. No entanto, a sobrepesca e a destruição do habitat natural dessa espécie tem colocado em risco a sobrevivência deles.

A atuação da comunidade de Santa Maria do Tapará é um exemplo de como é possível garantir a preservação desse importante recurso natural de forma sustentável.

Parceiros apoiam o manejo e contribuem para a visibilidade do projeto

O comprometimento dos moradores da comunidade é um dos principais fatores para o sucesso do manejo do pirarucu. Desde o ano de 2017 esses empreendedores recebem ajuda de parceiros como a Sapopema, Semap, Sedap, Sebrae, Ufopa, entre outros.

A bióloga que integra a equipe da Sapopema, Poliane Batista, relata que tem acompanhado desde 2017, sete comunidades manejadoras na região, com objetivo de auxiliar na questão da visibilidade da prática e apoiar as melhorias dos processos e boas práticas de manipulação.

“O manejo vai muito além da pesca do pirarucu, essas comunidades fazem um trabalho anual muito intenso, que inclui várias etapas, como cumprimento da legislação do pirarucu. Além disso, as comunidades têm regras de pesca específicas para garantir a manutenção dos estoques pesqueiros na área de sua comunidade”, detalhou.

Ainda segundo a bióloga, anualmente os manejadores fazem a contagem dos pirarucus nos lagos para estimar a quantidade e a partir dos dados e projetar uma cota sustentável de pesca.

“Esse procedimento vai garantir que o estoque seja mantido. A atividade envolve um aspecto ambiental e social que é importante”, finalizou.

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